Quando vejo um horizonte bonito, cheio de paz e distâncias, tenho ímpetos de correr para lá. Sinto o desejo de tocar o céu com a mão.
Como sei que, quando lá chegar um novo horizonte, adiante, fascinante, vai-me atrair, e, assim, jamais eu pararia de perseguir fugidios horizontes sedutores, decido ficar onde estou e contentar-me. Aí dou-me conta de que onde estou está um horizonte, com o céu ao meu alcance.
Para chegar ao céu não é preciso andar doidamente, insatisfeito, perseguindo horizontes a fugir.
Contente onde estou e com o que sou, consigo ver que sou horizonte, e então a Paz me consome.
(Hermógenes, Mergulho na paz)
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