"Segundo a concepção cósmica da filosofia oriental, toda a atividade do homem profano é fundamentalmente trágica, eivada de culpa, ou karma, porque quem age é o ego, e esse ego é uma ilusão funesta, e tudo o que o elo ilusório faz é necessariamente negativo, contaminado de culpa e maldade.
Se tal é toda e qualquer atividade do homem profano, então estamos diante de um dilema inevitável: ou agir e onerar-se de culpa - ou não agir e assim preservar-se da culpa.
Grande parte da filosofia oriental optou pela segunda alternativa do dilema: não agir, entregar-se a uma total inatividade, abismar-se numa eterna meditação passiva, a fim de não aumentar o débito negativo do karma.
O Bhagavad Gita, porém, não recomenda nenhuma dessas duas alternativas: nem o não agir e preservar-se de culpa, nem o agir e cobrir-se de culpa. O Gita descobriu um terceiro caminho: o do agir sem culpa ou karma. OBhagavad Gita recomenda o caminho do reto agir, equidistante do falso agir e do não agir.”
(Huberto Rohden - Bhagavad Gita)
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