"O antídoto para o apego é o desapego, ou o abrir mão. O desapego é a essência da virtude, e o processo de desapego é a virtude de agir sem apego. O homem precisa ver primeiramente o modo como ele é apegado. Devido à ignorância ou ao egoísmo, ele é apegado à ação, e portanto está sujeito ao karma, que ele chama de fado, sorte ou destino. Ele é apegado ao corpo e é movido pelas emoções e pensamentos. Está psicologicamente isolado e vive cada vez mais para si, usando os outros simplesmente para vantagem própria. A ganância, o egoísmo e a desonestidade são suas características. Ele reage rapidamente, sem entender plenamente ou perceber de fato o que está acontecendo. A ideia de 'eu' e 'meu' predomina. (...)
O que é preciso para o desapego é compreender e aceitar nossos apegos e aprender a ver e compreender que no apego existe dor, medo, inveja e ansiedade. (...)
De posse do verdadeiro conhecimento, o homem, no nível físico, torna-se ativo, e não preguiçoso. No nível emocional ele não tem ira, luxúria ou ganância, e no nível mental não tem orgulho nem inveja. Ele se torna desapegado, e essa é a sua virtude essencial. Isso o ajuda a se corrigir, ao invés de querer corrigir os outros."
(C. A. Shinde - Desapego e Sabedoria - Revista Sophia, Ano 13, nº 53 - p. 28)
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