“Quem sou eu? Sou Judas, sou Jesus? Por medo, por desejo, traio a mim mesmo. Sou quem eu não sou. Cubro minha face com muitas máscaras e até mesmo torno-me máscaras. Estou demasiado ocupado representando quem eu penso ser para conhecer quem realmente sou. Tenho medo: posso ser nada mais do que pareço ser; pode não haver face alguma por detrás da máscara. Eu decoro e protejo minha máscara, preferindo algo fantasioso a um nada real.
Apego-me ao rebanho por conforto. Junto nós tecemos variadas vestimentas para cobrir nossa nudez. Guardamos o segredo de nosso nada com uma agilidade ansiosa para que não sejamos descobertos.(...)
‘Quem sou eu?’ não pede por uma enumeração de fatos científicos: expressa uma certa inquietude, um tatear e uma exploração. É o começo de um movimento em direção à luz, em direção a ver as coisas claramente, como um todo. É a recusa de permanecer no escuro - fragmentado e na superfície de mim mesmo. É um estado de busca de significado, amplidão e profundidade. É o desejo de despertar.
(Ravi Ravindra, Sussurros da Outra Margem, Editora Teosófica, p.25/27)
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