sexta-feira, 5 de maio de 2017

LUZ NO CAMINHO


"Com frequência, olhamos para alguma coisa sob um ângulo apenas. Não com relação aos ensinamentos, mas com relação a tudo. Imaginem que contatemos uma outra pessoa e olhemos um lado dessa pessoa. Mas a pessoa pode ser muito diferente daquilo que nós vemos, pois existem nela muitos elementos ocultos. Quando olhamos apenas para um lado, nunca entenderemos a realidade completa da pessoa. Por isso uma outra parte dessa disciplina é aprender a olhar de todos os ângulos. Quando dizemos todos os ângulos, também queremos dizer a profundidade daquilo que está diante de nós, pois em toda parte da vida existe um lado oculto. Se olharmos para uma folha, lá fora, o que vemos com nossos olhos não é apenas a folha. Existe algo oculto lá, também. Mas quando pensamos que já conhecemos a folha porque vimos uma parte dela, caímos na ilusão de que já a conhecemos, o que, então, nos fecha a porta para a verdade que existe sobre essa folha. 
Isso é verdadeiro para qualquer ensinamento. Quando o instrutor fala podemos pensar que sabemos. Mas não devemos cair nesse erro. Não podemos saber o que o instrutor diz ou o que ele sabe por que a sua consciência está num nível diferente. Por isso temos que manter a mente aberta para penetrar cada vez mais no sentido. Tudo isso é parte do esforço que o discípulo deve fazer. E quando ele passa a fazê-lo, começa a ver com o olho interno da intuição."

(Radha Burnier, XI Escola de Verão - Brasília - Janeiro de 1990.)

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