A ESPIRITUALIDADE NA PERSPECTIVA TEOSÓFICA

"A espiritualidade é o cultivo de um relacionamento pessoal com o sagrado. É a intuição de que existe um nível de realidade mais profundo, um nível do qual nem sempre estamos conscientes, mas que somos capazes de aprender em momentos de insight ou visão. A espiritualidade é o despertar gradual desta dimensão de profundidade e um desejo de conhecê-la mais completamente e intimamente. Em termos teosóficos, a espiritualidade é o reconhecimento de que os ensinamentos públicos ou tradicionais da igreja são apenas parte da história, que existe uma 'sabedoria oculta' adicional no interior do ensinamento público, e que as igrejas geralmente não nos informam sobre esta profundidade, pois parecem não ter percepção de sua existência. A espiritualidade busca essa sabedoria oculta ou a verdade interior, e ela reafirma, com a Teosofia, que 'Não há religião superior à Verdade".

(David Tracey, O crescente interesse pela espiritualidade, Revista TheoSophia, pg. 42 - Publicação da Sociedade Teosófica no Brasil, jan/fev/mar 2017)

ESPIRITUALIDADE: MISTÉRIO E TOLERÂNCIA

"Espiritualidade e fundamentalismo estão em extremos opostos do espectro cultural. A espiritualidade busca um relacionamento sensível, contemplativo, de transformação com o sagrado, e é capaz de manter os níveis de incerteza e sua busca porque o respeito pelo mistério é sempre primordial (Tacey 2000). O fundamentalismo busca certezas, respostas fixas,o absolutismo, como uma reação temerosa à complexidade do mundo e à nossa vulnerabilidade como criaturas em um universo misteriosos. A espiritualidade surge do amor e da intimidade com o sagrado, e o fundamentalismo nasce do medo e da posse pelo sagrado. A escolha entre a espiritualidade e o fundamentalismo é uma escolha entre a intimidade consciente e a posse inconsciente.

A espiritualidade é capaz de permanecer com as questões supremas, mas o fundamentalismo deseja respostas: firmes, rápidas e coléricas. O fundamentalismo pode surgir em qualquer tradição espiritual, seja cristã, islâmica, hinduísta ou mesmo em ideologia modernas como a psicologia de Freud ou Jung (Tacey 2001)."

(David Tracey, PHD, O Crescente Interesse pela Espiritualidade, Revista TheoSophia, março 2017)