sexta-feira, 30 de setembro de 2016

EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES




"À medida que estudamos mais o Universo, descobrimos que suas variedades diferem em idade. (...) Este mundo não veio à luz em sua condição atual através de uma única palavra criadora. Brâhma criou o mundo lenta e gradualmente em prolongada meditação. As formas de vida vieram umas após outras. As sementes de vida foram semeadas umas após outras. Se olharmos para qualquer Universo em qualquer tempo dado, descobrimos que a variedade daquele Universo tem o Tempo como fator principal. A idade da semente em desenvolvimento assinala o estágio em que esta semente apareceu. Em um Universo, em um único e mesmo tempo, há sementes de várias idades e vários estágios de desenvolvimento. Há sementes mais jovens que os minerais, perfazendo o que chamamos de reinos elementais. As sementes em evolução chamadas de reino mineral são mais velhas que aquelas. As sementes que evoluem como reino vegetal são mais velhas que as dos minerais, isto é, elas têm um passado evolutivo mais longo atrás de si; os animais são sementes com um passado ainda mais longo, e as sementes que chamamos de humanidade têm o passado mais longo de todos estes." 

(Annie Besant, Dharma, Três palestras proferidas na 8ª Convenção Anual da Seção Indiana da Sociedade Teosófica, ocorrida em Varanasi (Benares), em 26, 27 e 28 de outubro de 1898, The Theosophical Publishing Society, 161 New Bond Street, W. London, p. 6/7)

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

A RODA DA BOA LEI


“A roda da Boa Lei gira rapidamente. Noite e dia mói, separando o joio do trigo dourado e a casca da farinha. A mão do Karma guia a roda; as rotações marcam o bater do coração kármico.
O verdadeiro conhecimento é a farinha, a falsa erudição é a casca. Se queres comer o pão da Sabedoria, tens de amassar a tua farinha com as águas límpidas de Amrita (a imortalidade). Mas se amassas cascas com o orvalho de Mᾱyᾱ (ilusão), só podes criar alimento para as pombas negras da morte, as aves do nascimento, da decadência e da tristeza.”

(H. P. Blavatsky, A Voz do Silêncio, Editora Teosófica, p. 145/146)

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

ILUSÃO


         
“Quando o Sol desponta acima da linha do horizonte, Ravi desce do caminho estreito que leva ao riacho para se banhar e dar início às meditações do dia. Enquanto se lava ele canta os mantras que aprendeu com seu guru. O som da água da folhagem e dos pássaros se fundem com seu canto e ele está em paz.
Ao sair do riacho sua paz é subitamente quebrada. No primeiro passo fora d’água ele pisa sobre um corpo frio e roliço. Seu coração dispara e ele espera da cobra uma picada fatal. Ele retira rapidamente o pé, olha para o chão e percebe que pisara em um pedaço de corda velha e molhada. A tranquilidade volta aos poucos e ele se sente envergonhado, pois fora enganado por maya, a ilusão.
Assim como Ravi, estamos todos submetidos à ilusão. Ela está presente em toda a parte, nos envolve em níveis diversos e nos induz a variados erros."

(Guilherme Santos Silva, Relatividade e Ilusão, Revista Sophia, Ano 2, Nº 5, p. 32)

terça-feira, 27 de setembro de 2016

CONVITE A NÃO-VIOLÊNCIA


“O mundo e cada pessoa estão carentes de compreensão, cordialidade, ternura, caridade, amparo, compaixão, amor...
Sem que nos dediquemos a oferecer tais coisas aos demais, não adiantarão as passeatas, os slogans, as campanhas contra a violência.
A violência, que é ódio, só será suprimida com a doação de amor.
Violência é brutalidade. Temos que cultivar a sabedoria.
Violência é fruto do egoísmo. Devemos promover o altruísmo.
Violência é insanidade. Se queremos a não-violência, melhoremos o nosso estado de saúde.
Violência é obscurantismo. Cultivemos e cultuemos a Luz.
Violência é paixão. Sejamos compassivos.
Melhor do que, firme e veementemente, lutarmos contra a violência, é aceitarmos um gentil convite à simpatia, à lucidez, à bondade, à complacência, à cordialidade, ao amor...”

(Hermógenes, Deus investe em você, Editora Nova Era, 1995, p. 185)

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

PENSAMENTOS


       “Interrompei-vos subitamente durante o dia e observai os vossos pensamentos nessa ocasião; o mais provável é descobrirdes que não pensáveis em coisa nenhuma – muito frequente – ou então pensáveis de modo tão vago que a impressão recebida pelo princípio mental que em vós existe seria quase nula. Quando tiverdes feito esta experiência várias vezes, o que vos ajudará a obter uma consciência cada vez mais nítida acerca de vós mesmo, principiai então a analisar os pensamentos que se acham na vossa consciência e procurai a diferença entre a sua condição à entrada e saída, isto é, o que vos haveis acrescentado a esses pensamentos durante a sua estada na vossa consciência. A vossa mentalidade tornar-se-á assim realmente ativa e começará a exercer o seu poder criador.”

(Annie Besant, O Homem e o seus corpos, Editora Pensamento, 1993, p.90/91)

domingo, 25 de setembro de 2016

ATUANDO COMO CANAIS PARA O DIVINO


   “Este é o primeiro grande passo. Para dá-lo, há um segredo que precisamos lembrar: devemos realizar tudo como se o Grande Poder o estivesse realizando através de nós. É aquilo que é chamado no Gita de ‘inação em meio a ação.’ Para aqueles no mundo que desejam tornar-se verdadeiramente espiritualizados, é este o pensamento que deve estar por trás de todo o seu trabalho. Qual deveria ser a motivação no coração do advogado ou do juiz se eles aprendessem o segredo do espírito em assuntos comuns da vida? Eles precisam considerar-se simplesmente como encarnações da Justiça Divina. Até mesmo em meio à lei como a conhecemos, com suas imperfeições e erros, é a Justiça de Deus tentando fazer-se suprema na Terra. Aqueles que desejam ser espirituais na profissão da lei, devem sempre ter no centro de seu pensamento ‘eu sou a mão divina da Justiça no mundo, e como tal sigo a lei.’"

(Annie Besant, A Vida Espiritual, Editora Teosófica, 1992, p.106)

sábado, 24 de setembro de 2016

AQUIETANDO-SE NATURALMENTE



“’Como posso controlar a minha mente?’ Os interessados na vida espiritual em algum momento fazem essa pergunta. A constante atividade mental é cansativa, obstrui a reflexão e não dá espaço para que, nos momentos de calma, surjam percepções profundas. Somente uma mente pacífica parece refletir a essência da vida, assim como as águas de um lago devem estar calmas e claras para refletir o céu.(...)
A mente aquieta-se quando o foco de sua atenção passa do pessoal para o impessoal, do trivial e superficial para o real e significativo. O estado de quietude torna-se natural quando pensamos em termos da natureza universal da experiência – dor, alegria, luta e assim por diante - , porque o foco muda. Helena Blavatsky aconselhou aos estudantes de espiritualidade a se demorarem nas verdades universais. À medida que o foco muda, o interesse também muda."

(Radha Burnier, Aquietando-se naturalmente, Revista Sophia, Ano 9, Nº 33, p. 41)

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

PALESTRA PÚBLICA - SÁBADOS COM OTÁVIO MARCHESINI

AJUSTES CÁRMICOS



“Observando em torno de nós a existência que levam homens e mulheres, não é exagero dizer que hoje, na maior parte dos casos, a vida encerra mais ‘mau’ carma do que ‘bom’, isto é, que há no conjunto mais de duro labor e pesares que trabalho agradável e alegria. No período atual da evolução humana há, no reservatório de forças acumuladas por nós, individualmente, mais forças para nos dar dor do que forças de prazer. Nosso débito é maior que o nosso crédito, porque, em nossas vidas precedentes, não procuramos ser guiados pela sabedoria e preferimos viver egoisticamente, preocupando-nos pouco com quem prejudicávamos com o nosso egoísmo. (…)
Quando o homem ‘colhe’, as suas forças cármicas são cuidadosamente ajustadas, de maneira que a ação recíproca do bem e do mal possa produzir, como resultado final, um acréscimo de bem, por menor que seja. (...)
Tal ajustamento é feito pelos Senhores do Carma, estas inteligências benfazejas que, no Plano do Logos, agem como árbitros do Carma. Eles não recompensam nem punem; limitam-se a ajustar a operação das forças do próprio homem, a fim de que o carma o ajude a dar um passo adiante na evolução.”

(C. Jinarajadasa - Fundamentos de Teosofia – Ed. Pensamento, Rio de Janeiro – p. 65)

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

SOMOS A SENDA



“Em certo sentido, somos já perfeitos e divinos nesse exato momento. Nosso verdadeiro Eu, nosso verdadeiro Ser não é o fugaz e sempre mutável vislumbre que chamamos presente, senão que abarca todo o nosso passado e todo o nosso futuro. É o completo existir com todo o seu ciclo de evolução nele contido. Assim é que somos tanto homens primitivos quanto homens perfeitos; e aquilo por que nos esforçamos, em realidade, já é nosso; o segredo da evolução consiste em nos tornarmos o que somos. Somente assim podemos compreender o significado de outras máximas ocultistas, como a de que ‘nós mesmos devemos nos tornar a Senda’. Isso é completa verdade e, contudo, só a compreendemos quando em nossa consciência como Egos consideramos a meta, o desígnio de perfeição, a conquista do Adeptado, não como algo estranho e muito distante, do qual temos de nos aproximar de fora, mas como nossa divindade interior, nosso próprio Ser mais íntimo.”

(J. J. Van Der Leeuw, Deuses no Exílio, Editora Teosófica, 2013, p. 50/51)

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

SABEDORIA


Você ponderou sobre os prazeres e os rejeitou. Não aceitou aquela cadeia de posses na qual os homens prendem-se e debaixo da qual afundam. Há o caminho da Sabedoria e o caminho da não-sabedoria. Eles são distantes um do outro e conduzem a diferentes fins. Você é Naciketa, seguidor do caminho da sabedoria – que os prazeres não o movam. (Upanixade Katha)

“Devemos entender claramente que a Sabedoria não é algo oposto à ignorância. A Sabedoria não tem oposto. Ela surge quando tanto a ignorância quanto o conhecimento são negados. No verso acima Yama diz que os homens afundam porque se tornam pesados com as posses que acumularam. Obviamente o caminho da Sabedoria é aquele em que o homem se torna mais leve tendo se desprendido de todas as suas posses – e é, portanto, capaz de nadar facilmente na corrente da vida. O homem de sabedoria não é aquele que se senta ociosamente na margem, despreocupado acerca da corrente da vida. Ele está na corrente, mas não afunda, pois, despojado de todas as posses, nada tendo a guardar ou defender, pode, abandonar a si próprio à corrente da vida. Tal pessoa desapegada não pode afundar, porque a própria corrente o protege.”

(Rohit Mehta, O Chamado dos Upanixades, Editora Teosófica, 2003, p.62/63.)

terça-feira, 20 de setembro de 2016

O PODER ESPIRITUAL DA PALAVRA HUMANA


“Palavras impregnadas de sinceridade, convicção, fé e intuição são como bombas vibratórias altamente explosivas que, quando detonadas, desintegram as rochas das dificuldades e produzem a mudança desejada. Evite dizer palavras desagradáveis, mesmo que sejam verdadeiras. Palavras ou afirmações sinceras, repetidas com compreensão, sentimento e vontade seguramente farão com que a Força Vibratória Cósmica Onipresente o auxilie em sua dificuldade. Apele a esse Poder com infinita confiança, lançando fora toda dúvida; do contrário, a flecha de sua atenção se desviará do alvo.
Depois de haver plantado a semente da vibração de sua prece no solo da Consciência Cósmica, não a desenterre frequentemente para ver se germinou ou não. Dê às forças divinas a oportunidade de trabalharem sem interrupção.”

(Paramahansa Yogananda, Afirmações Científicas de Cura, Self-Realization Fellowship, p.20/21)

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

PROCURE O REINO DE DEUS


“Tanto o céu quanto a Terra estão dentro de nós. Quando as pessoas dizem ‘isto é divino’, elas querem dizer que aquilo que experienciam é agradável, que sentem um bem-estar fora do comum. Esta experiência é um estado de consciência, para todas as experiências subjetivas. Quer sejam de felicidade e paz ou de medo e dor, elas estão na consciência. Um campo de flores maravilhoso poderia ser bem descrito como ‘algo divino’, embora esteja mesmo é na Terra. A divinização é a experiência da consciência. E deste modo ‘céu’ é um estado interno de ser, e não um local em outro plano ou região.”

(Radha Burnier, Procure primeiro o reino de Deus, Revista Sophia, Nº 1, p. 12)

domingo, 18 de setembro de 2016

O QUE É, ENTÃO, A LEI DO DEVER?


“O que é, então, a lei do dever? Ela varia com cada estágio de evolução, embora o princípio seja sempre o mesmo. É progressiva como é progressiva a evolução. O dever do selvagem não é o dever do homem culto e evoluído. O dever do instrutor não é o dever do rei. O dever do comerciante não é o dever do guerreiro. Assim, quando estamos estudando a Lei do Dever, devemos começar estudando nosso próprio lugar na grande escada da evolução, estudando as circunstâncias à nossa volta que mostram o nosso karma, estudando nossos próprios poderes e capacidades, e tomando consciência de nossas fraquezas, e a partir deste estudo cuidadoso devemos descobrir a Lei do Dever por meio da qual devemos orientar nossos passos.”

(Annie Besant - As Leis do Caminho Espiritual – Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 66/68)

sábado, 17 de setembro de 2016

CARMA



“Imagina comigo que a existência individual é uma corda que está esticada do infinito até o infinito, e não tem começo nem fim, nem é possível que se rompa. Esta corda é formada por inúmeros fios finos que, estreitamente unidos, formam a sua espessura. Estes fios são incolores e perfeitamente retos, resistentes e nivelados. Esta corda, ao passar, como tem de passar, por todos os lugares, sofre acidentes estranhos. Frequentemente, um fio fica preso ou é puxado violentamente para longe de seu caminho normal. Então, por muito tempo ele permanece desordenado e desordena o todo. Algumas vezes um deles é manchado com sujeira ou com cor, e a mancha não apenas se espalha para além do ponto de contato, mas descolore outros fios. Lembra-te de que os fios estão vivos – eles são como fios elétricos, ou melhor, como nervos tensos. Como se espalha para longe a mancha tortuosa! Porém, no devido tempo, as longas cordas e os fios estão vivos, que em sua continuidade ininterrupta formam o indivíduo, emergem das sombras na direção da luz. Então os fios deixam de ser incolores e passam a ser dourados, e mais uma vez eles se nivelam em unidade. Mais uma vez a harmonia é restabelecida entre eles e, com base nesta harmonia interior, a harmonia maior é percebida.”

(Mabel Collins, Luz no Caminho, Ed. Teosófica, Brasília, 1999, p.95/99)


[i] Este ensaio, atribuído ao Mestre Veneziano, já fez parte da 1ª edição da obra em 1885. (N. Ed.bras.)

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

ENTUSIASMO NA VIDA ESPIRITUAL


“Um dos mais desconcertantes problemas da vida espiritual é o de mantermos nosso interesse em meio às intermináveis dificuldades e aos mais cruéis desafios. É a rotina e a monotonia de nossa vida diária que solapa nossa vitalidade e força. A vida da maior parte da humanidade é feita de pequenos fatos e incidentes que podemos chamar de trivialidades da existência. Grandes e extraordinários acontecimentos raramente ocorrem nas vidas de homens e mulheres comuns. Demonstrar entusiasmo por coisas extraordinárias é fácil, porém é extremamente difícil mantê-lo em meio à rotina diária. O maior dos desafios do ser humano consiste na manutenção da integridade espiritual em meio dos detalhes triviais da vida. Manter equilíbrio perfeito de pensamento e emoção entre as provações incessantes causadas pelos fatos e acontecimentos da existência diária, demanda uma energia que a maioria não está em condições de apresentar. E, além disso, a prova da vida espiritual está no âmbito das atividades comuns e não na esfera de empreendimentos extraordinários.”

(Rohit Mehta, Procura o Caminho, Editora Teosófica, Brasília, p. 9 a 11.)

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

AMOR


“(§50) De todas as Qualificações, o Amor é a mais importante, pois se for bastante forte em um homem, impele-o a adquirir todas as demais, e todas as demais sem o Amor nunca seriam suficientes. Frequentemente é expresso como um intenso desejo pela libertação da roda de nascimentos e mortes, e de união com Deus. Porém, entendê-lo deste modo parece egoísta, e transmite apenas uma parte de seu significado. Não é tanto desejo como vontade, resolução, determinação. Para produzir seu resultado, esta resolução deve preencher de tal modo toda a tua natureza que não deixe lugar para qualquer outro sentimento. É, na verdade, a vontade de ser uno com Deus, não para que possas escapar à fadiga e ao sofrimento, mas para que, por causa de teu profundo amor por Ele, tu possas agir com Ele, e como Ele age. E porque Ele é Amor, tu, se quiseres tornar-te uno com Ele, deves também estar pleno de perfeito altruísmo e 
amor.”

(J. Krishnamurti, Aos Pés do Mestre, Editora Teosófica, 8ª edição, p. 78/80)

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

APERFEIÇOAMENTO PESSOAL


        “Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior. Estas atitudes se refletirão em mudanças positivas no seu ambiente familiar. Deste ponto em diante, as mudanças se expandirão em proporções cada vez maiores. Tudo o que fazemos produz efeito, causa algum impacto.
A tarefa do homem é ajudar os outros. Este é o meu ensinamento mais constante, esta é a minha mensagem. É a minha crença. Para mim, a questão fundamental é estabelecer melhores relacionamentos, sobretudo entre as pessoas – e de que forma podemos contribuir para isso.”
(Sua Santidade o Dalai-Lama, O Caminho da Tranquilidade, Editora Sextante, Rio de Janeiro, 2000, p. 10/12)


terça-feira, 13 de setembro de 2016

A BUSCA


"O que tem sido chamado de ‘divino descontentamento’ é necessário para o progresso. Mas progresso rumo a quê? Rumo à autodescoberta, que leva ao autodesenvolvimento. Quando digo ‘auto’ não quero dizer de modo algum separativo, mas, simplesmente, quero dizer ‘você’. O ser, no sentido mais verdadeiro, é o Espírito, que é uno. Porém, há uma noção diferente do ser em nós, que é contrária à unidade. Autodescoberta, então, significa descobrir a verdade que está em nós.”

(N. Sri Ram, O homem sua origem e evolução, Editora Teosófica, Brasília, 2012, p. 77/78)

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

PALESTRA PÚBLICA - SÁBADOS COM OTÁVIO MARCHESINI


PERFEIÇÃO HUMANA



"Da mesma maneira como aquela pessoa que deseja ser um artista na música deveria ouvir as obras-primas musicais, ficando submerso nas melodias dos mestres, assim também deveríamos elevar o nosso olhar e os nossos corações em contemplação das montanhas nas quais se encontram os Seres Perfeitos da nossa raça. O que nós somos, eles o foram; o que eles são, nós o seremos. Todos os filhos dos homens podem realizar o que um filho do Homem realizou. Neles vislumbramos a promessa do nosso próprio triunfo, o desenvolvimento de uma divindade semelhante em nós que é apenas uma questão de evolução.”

(Annie Besant, A Vida Espiritual, Editora Teosófica, 1992, p. 165/166)

domingo, 11 de setembro de 2016

CRIANDO BONDADE, CONHECIMENTO E PODER


"Temos sido muito ingênuos em nossa busca espiritual, e em vez de cultivar e investigar a mente temos mantido crenças, confundindo crença com religião e crescimento espiritual. É por isso que a ciência antagoniza com a religião na sociedade, mas será a crença verdadeiramente uma religião? Não foi assim que começou. Jesus Cristo não se tornou Cristo através de uma igreja ou de uma crença, mas através de sua própria compreensão e de sua própria investigação. Buda atingiu a iluminação, a compreensão, através de sua própria meditação, de sua própria investigação. Devemos compreender isso e corrigir a situação em nosso sistema educacional. Se assim não fizermos, o risco é nosso. Em educação certamente é melhor não produzir uma mente conformista, que obedeça, que aceite e aprenda por imitação, mas produzir uma mente investigativa, questionadora, desejosa de mudanças, que esteja tentando descobrir.”

(P. Krishna, Educação, Ciência e Espiritualidade, Editora Teosófica, Brasília, DF, págs.27 a 29)

sábado, 10 de setembro de 2016

AÇÃO SEM DESEJO


“O ensinamento do Gita é ação sem desejo pelos seus frutos. Se você não deseja o fruto de sua ação, nem mesmo o seu êxito, então por que a ação deveria ser realizada, qual é o impulso ou o motivo por trás disto? Deve ser a ação pelo que significa em si mesma, porque você considera certo realizá-la; a sua realização tem o seu valor próprio; não importa se é coroada de êxito imediato ou não. É um indivíduo extremamente raro aquele que pode agir com grande intensidade, força e entusiasmo sem nada desejar para si próprio, nem dinheiro, posição, elogio, nem mesmo qualquer gratificação secreta que se pode sentir como uma reação interna à habilidade demonstrada.
O desempenho da ação, por ser certo, bom e desejável, implica presença de um sentido interior que guia a pessoa em sua direção. A sabedoria é então necessária para guiar a pessoa. Alguém pode dizer com alguma satisfação ‘eu faço isto como meu dever.’ Mas será realmente o seu dever, ou apenas uma noção convencional que tem daquilo que deveria fazer, encontrando-se em sua posição? Possivelmente ela acha que se não o fizer, perderá estima perante os outros. Se aquilo que é chamado de dever for realizado com má vontade, com um sentimento de obrigação, então, aquela ação não possui graça. (...)
É apenas a ação que é prestada livre e sinceramente que é verdadeiramente bela. Age-se desta maneira quando há amor e, então, será ação com todo o ser da pessoa e não apenas uma parte daquele ser. (...)”

(N.Sri Ram, Em Busca da Sabedoria, Editora Teosófica, 1991, p. 148/149)

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

A VIDA ESPIRITUAL


“A busca do espiritual também pode ser um ‘seguro’ contra possíveis desgostos no outro mundo, e nesse caso ela é uma expressão de medo latente. Assim, pode ser uma forma de investimento, uma precaução do homem contra tempos difíceis; quanto mais ele peca e torna-se indulgente consigo mesmo, mais necessidade sente de preparar um caminho seguro no outro mundo.
Portanto, cada pessoa que deseja viver a vida espiritual deve testar a si mesma e examinar seus motivos, que em geral são dissimulados para que não sejam trazidos à luz. Mas se o aspirante se permite ser iludido, não encontrará a iluminação. Ele deve examinar a si mesmo para ver se realmente deseja seguir o que é espiritual ou se está apenas buscando uma válvula de escape, uma confortável conformidade ou uma segurança futura. Quando a busca do espiritual é irreal, somente uma parte da vida da pessoa é dedicada a ela. Essa parte está apenas na superfície; então, a pessoa age no nível superficial e se preocupa somente com atividades externas que gosta de chamar de espirituais. Ou pode ainda devotar um pequeno compartimento em sua vida a certas práticas, enquanto o restante do ser se entrega totalmente a diferentes ocupações. Dessa forma, ela pode ir à igreja, ao templo, envolver-se em orações rotineiras e tentar uns poucos momentos de meditação, mas a maior parte de sua vida permanece desvinculada dessas ocupações e não é por elas influenciada."

(Radha Burnier, A Vida Espiritual, Revista Sophia, Nº 9, Ano 35, p.27/29)

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

A RELIGIÃO DE AHIMSA


“O mundo está repleto de violência (himsa). De fato, a natureza parece estar pronta para cravar seus dentes afiados e suas longas garras em tudo o que aparecer à sua frente. No entanto, se tivermos em mente que o homem é mais elevado que uma fera, então veremos que ele é superior à natureza. Se o homem tem uma missão divina a praticar – e que se transformará nele próprio – é a da não violência, ahimsa.
O homem enquanto animal é violento, mas enquanto espírito não o é. E, no momento em que acorda para esse espírito que abriga dentro de si, ele não consegue permanecer irascível. Ou ele progride em direção à ahimsa ou ruma direto para a danação. É por isso que profetas e avatares sempre ensinaram a lição da verdade, da harmonia, da irmandade, da justiça, etc. – todos atributos de ahimsa."

(Mahatma Gandhi - O Caminho da Paz – Ed. Gente, São Paulo, 2014 - p.49/50)

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

A PRÁTICA MEDITATIVA


“Se uma pessoa tem realmente um profundo interesse em crescer espiritualmente, a prática da meditação é imprescindível, é a chave para isso. Somente orações ou o simples desejo não influenciam de modo significativo a mudança espiritual interior. A única forma de desenvolvimento é um esforço constante através da meditação. É claro que, no início, isso não e fácil. Encontram-se dificuldades inesperadas, às vezes há perda de entusiasmo. Ou talvez o entusiasmo inicial seja excessivo e diminua progressivamente com o passar das semanas ou meses. É preciso elaborar uma abordagem persistente, constante, baseada em um compromisso de longo prazo.
Faça de seu corpo e de seu espírito um laboratório de experiências. Empenhe-se em uma pesquisa profunda a respeito de seu próprio funcionamento espiritual e examine as possibilidades de fazer mudanças positivas no seu interior.”

(Sua Santidade, o Dalai-Lama, O Caminho da Tranquilidade, Editora Sextante, 2000, p.30/31)

terça-feira, 6 de setembro de 2016

A OBSERVAÇÃO INTERIOR



       “A existência do eu é conhecida através dos seus movimentos na forma de pensamentos, emoções, motivações e assim por diante. Se não há movimento, é impossível ter consciência do eu. Para compreender a sua natureza, é preciso, portanto, entender o que está acontecendo interiormente, o que não é fácil, porque a natureza e a qualidade das atividades da mente estão constantemente se modificando. Se a mente aprendeu a ser sofisticada, essas mudanças são rápidas e sutis. São necessárias clareza, lógica e perspicácia para que a pessoa possa perceber e entender estes movimentos.
Pode parecer uma perda de tempo fazer algo tão banal como olhar e observar as coisas. Mas isso é necessário para que cada candidato ao autoconhecimento perceba as limitações de seu poder de observação; como ele perde modulações sutis e nuances, e de que forma pode aprender sobre cores, formas, movimentos e sentimentos através da observação cuidadosa. 

(Radha Burnier, O Caminho do Autoconhecimento, Editora Teosófica, Brasília, DF, pg. 67 a 70.)

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

CARÁTER


     
“Cada ação que praticamos, cada movimento do corpo, cada pensamento que pensamos deixa uma impressão mental. Ainda que essas impressões não sejam óbvias, são suficientemente fortes para atuarem sob a superfície, no subconsciente. O que somos a cada momento é determinado pela soma dessas impressões da mente. Sou, neste momento, o efeito da soma de todas as impressões de minha vida passada.
A isso dá-se o nome de caráter. O caráter de cada ser humano é determinado pela totalidade dessas impressões. Se as boas impressões prevalecem, o caráter torna-se bom; caso contrário, torna-se mau.”

(Swami Vivekananda, O que é Religião, Editora Lótus do Saber, 2004, p. 208/209)



domingo, 4 de setembro de 2016

A VISÃO DE DEUS


“Qual é a visão que o ser humano tem de Deus? Por visão não me refiro a enxergar algo com os olhos físicos, tampouco a testemunhar um milagre. Ver Deus significa perceber o fato de que Ele habita nosso coração. Essa percepção nostálgica vai persistir até que o indivíduo tenha adquirido tal conhecimento, e então desaparecerá. Essa compreensão é o fruto final do esforço constante. Deus está lá, no tabernáculo do coração humano.
Não podemos ver Deus com esses olhos físicos. Deus é um espírito sem corpo e, portanto, é visível somente aos olhos da fé. Se não houver pensamentos ruins nem medos ocupando e atormentando a nossa mente, e se o nosso coração estiver repleto de vida e alegria constantes, isso é uma indicação da presença de Deus em nós mesmos. E, de fato, Ele está lá em todos os momentos, mas fracassamos em perceber a Sua presença porque não demonstramos fé e, assim, vivenciamos muito sofrimento. Quando enfim tivermos cultivado a fé real, as calamidades deixarão de nos assolar e entristecer."

(Mahatma Gandhi, O Caminho da Paz, Editora Gente, São Paulo, p. 84/85)

sábado, 3 de setembro de 2016

O KARMA NÃO ESMAGA



“O karma é a grande lei da natureza, com tudo o que isso implica. Assim como podemos nos mover no universo físico com segurança, conhecendo as suas leis, também podemos nos mover nos universos mental e moral com segurança, na medida em que aprendemos as suas leis. No que se refere aos seus defeitos morais mentais, a maioria das pessoas está de fato na posição do homem que desiste de subir escadas por causa da lei da gravidade. Elas se sentem impotentes e dizem: ‘Essa é a minha natureza. Não posso evitá-la.’ Na verdade, essa é a natureza do homem, a que ele criou no passado, e que representa o ‘seu karma’. Com o conhecimento do karma, entretanto, o homem pode modificar a sua natureza, tornando-a, amanhã, diferente do que é hoje. Ele não está preso a um destino inevitável, imposto de fora; ele vive num mundo sujeito a determinadas leis, repleto de forças naturais que ele pode utilizar para alcançar o estado de coisas que deseja ter. Conhecimento e vontade – eis do que esse homem precisa. Ele precisa compreender que o karma não é uma força que esmaga, mas a manifestação de condições a partir das quais os resultados crescem. Enquanto ele viver descuidadamente, de uma forma leviana, será como um homem boiando num regato, batido por qualquer tronco que passe, empurrado por qualquer sopro casual de vento, apanhado por qualquer redemoinho inesperado. Isso significa fracasso, desgosto, infelicidade. A lei dá-lhe possibilidade de alcançar com sucesso os seus fins, e coloca ao seu alcance forças das quais pode se utilizar.”

(Annie Besant, Os Mistérios do Karma e a sua Superação, Editora Pensamento, p.39/40)

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

NÓS SOMOS A PRÓPRIA MUDANÇA


“Violência e não violência originam-se na mente. Gerar uma mente não violenta nos assegura um modo de seguir em frente com esperança. Depende de cada indivíduo responder aos outros com violência ou não.(...)
Reduzir a violência na mente pode ser uma tarefa difícil, que requer coragem e determinação. Desenvolver uma mente não violenta é parte de um fluxo incessante, reflete uma tradição ininterrupta de quatro mil anos de história.
Quando começamos esse processo, podemos ver benefícios individuais imediatos. Tornamo-nos pessoas mais felizes, mais relaxadas; montanhas de frustração e sofrimento começam a se transformar em montículos. As pessoas com quem interagimos também começam a sentir benefícios. Como disse Mahatma Gandhi, ‘devemos ser a mudança que queremos ver, e não as trevas que desejamos deixar para trás.’ ”

(Anna Alomes, A opção pela não violência, Revista Sophia, Ano 5, Nº 18, p. 7)

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

VIVENDO NO PRESENTE


“Viver no momento é diferente de viver para o momento. As crianças são peritas na arte de se envolver totalmente com o que quer que estejam fazendo no momento. É verdade que esse intervalo de tempo não é extenso, mas elas ficam totalmente focadas no que está acontecendo no presente. Quando comem, apenas comem; quando brincam, apenas brincam; quando conversam, apenas conversam. Elas se lançam de cabeça em suas atividades. (...)
Carpe diem. A expressão em latim significa ‘aproveite o dia’. Cada dia oferece uma oportunidade de olhar para o mundo de maneira nova e celebrar o fato de estarmos vivos. Você jamais terá a oportunidade de viver novamente este instante precioso. Momento a momento, busque perceber tudo ao seu redor. Preste atenção. Participe totalmente da vida.”

(Susan Smith Jones, vivendo no presente, Revista Sophia, Ano 4, Nº 16, p. 5/7)