terça-feira, 31 de outubro de 2017


CAMINHOS PARA A TRANSFORMAÇÃO



“Cada um de nós tem a possibilidade de se empenhar para dominar as compulsões originadas do funcionamento natural de nossas próprias tendências, tendências essas que são baseadas em nossas experiências, conhecimento e impressões acumuladas ao longo do tempo. Este é o significado do trabalho espiritual: uma luta contra a nossa própria natureza mecânica, na qual os aspectos espirituais da humanidade, assim como as funções involuntárias e naturais do universo ajudam a existência não intencional e natural dos seres humanos."
(Ravi Ravindra - A conquista da Liberdade - Revista Sophia)

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

UMA JUSTIÇA PERFEITA


“O reencarnacionismo sustenta que a aparente injustiça do mundo é consequência da limitação do nosso conhecimento e visão. Se, em vez de apenas uma existência, pudéssemos ver a série completa de encarnações de um indivíduo, com o funcionamento do carma através da cadeia dos tempos, perceberíamos que uma justiça perfeita rege todos os fatos. Assim como o mundo físico é governado pela causa e efeito, a inviolável lei do carma governa o resultado das nossas ações. A morte é apenas uma breve interrupção no funcionamento dessa lei e de seus efeitos, que se estende vida após vida, abarcando toda a existência do indivíduo.”

(John Algeo - Investigando a reencarnação - Revista Sophia, Ano 3, nº 9)

domingo, 29 de outubro de 2017

PROCURE PRIMEIRO O REINO DE DEUS



"Tanto o céu quanto a Terra estão dentro de nós. Quando as pessoas dizem ‘isto é divino’, elas querem dizer que aquilo que experienciam é agradável, que sentem um bem-estar fora do comum. Esta experiência é um estado de consciência, para todas as experiências subjetivas. Quer sejam de felicidade e paz ou de medo e dor, elas estão na consciência. Um campo de flores maravilhoso poderia ser bem descrito como ‘algo divino’, embora esteja mesmo é na Terra. A divinização é a experiência da consciência. E deste modo ‘céu’ é um estado interno de ser, e não um local em outro plano ou região.”

(Radha Burnier - Procure primeiro o reino de Deus - Revista Sophia)

sábado, 28 de outubro de 2017

CARMA



“Carma é uma palavra sânscrita que significa ‘ação’. Designa uma força ativa, significando que o resultado dos acontecimentos futuros pode ser influenciado por nossas ações. Supor que o carma é uma espécie de energia independente que predestina o curso de toda a nossa vida é incorreto.
Quem cria o carma?
Nós mesmos. O que pensamos, dizemos, fazemos, desejamos e omitimos cria o carma. Não podemos, portanto, sacudir os ombros sempre que nos defrontamos com o sofrimento inevitável. Dizer que todo o infortúnio é mero resultado do carma equivale a dizer que somos totalmente impotentes diante da vida. Se isso fosse verdade, não haveria motivo para se ter qualquer esperança.”

(Dalai-Lama, O Caminho da Tranquilidade)

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

O PODER DOS PENSAMENTOS



“Helena Petrovna Blavatsky assinala, em A Chave para a Teosofia (Ed. Teosófica), que a verdadeira oração é um mistério, um processo oculto através do qual pensamentos e desejos continuados sofrem uma transformação espiritual. A aspiração ao divino auxilia a refinar a mente e a elevá-la. A devoção pura, juntamente com a autoentrega, vertidas como oferecimento a uma imagem sagrada, harmoniza e purifica, mesmo quando essa imagem é criada pela mente. Poucas pessoas podem contemplar a deidade não manifesta em nosso atual estágio de evolução. As outras precisam começar a purificar e a refinar o conteúdo de suas mentes. A oração, a devoção pura e a meditação sobre o que quer que seja sublime e sagrado ajudam a transformar a consciência individual e, através dela, a consciência maior do mundo." 
(Radha Burnier - O poder dos pensamentos - Revista Sophia)

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

TRANSFORMAÇÃO INTERIOR


"Nós contatamos o mundo através da sensação. Todas as sensações são agradáveis ou dolorosas. Quando a sensação é agradável, a mente agarra-se a esta, nela se prendendo. O desejo é o produto, e este desejo permeia a mente e opera através da memória. Queremos que o desejo seja satisfeito repetidamente e não há fim nisso. Quando o desejo se faz sentir, o seu ardor impera, e a mente cai sob o seu fascínio; ela é escravizada pelo desejo. O desejo é infindável em sua escravização. Ele nos prende ao nosso passado, é repetitivo, fascina o nosso pensamento, impede a consciência de estar totalmente no presente. Não podemos dizer ‘não é isto’ até que nos coloquemos acima disso. O nosso pensamento está em um casamento desigual com o desejo, e isso é chamado de kᾱma-manas. Até que vejamos o seu processo e compreendamos as suas ilusões, não podemos mudar a nós mesmos.”
(N. Sri Ram - O Homem sua Origem e Evolução - Ed. Teosófica)

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

SERVIR


"Já se disse que a metafísica não pode substituir a vida; no entanto, ela pode nos inspirar e guiar. O conhecimento e a ação fazem parte de um todo. Cada um de nós é um ser integral e as diferentes partes de uma prática espiritual não são independentes, mas correspondem a diferentes aspectos de nossa natureza. O que aprendemos através do estudo, das nossas experiências de meditação e das nossas conquistas no campo do autoconhecimento e do autoaperfeiçoamento será incompleto se não pudermos expressá-lo em atos. Para sermos completos e íntegros, teremos de direcionar as nossas conquistas interiores para o mundo exterior. O caminho espiritual sempre sublinha a importância de se libertar o próprio brilho interior."

(Shirley Nocholson, A Vivência da Espiritualidade, Ed. Teosófica, pg. 89)

terça-feira, 24 de outubro de 2017

ENCONTRO DA REGIONAL SUL DA SOCIEDADE TEOSÓFICA


A FUNÇÃO DA ALMA



"A função da alma consiste em desdobrar os seus poderes latentes, ao mesmo tempo que desenvolve progressivamente essas partes do corpo, ainda grosseiros ou embrionários no homem primitivo.
Isso se faz por meio de vidas sucessivas ou reencarnações.
Note-se que para a 'alma' propriamente dita, que é o verdadeiro Homem, o Homem Imortal, não há velhice, em morte, nem sofrimento, nem dor, nem sexo, etc.
Ela 'cresce' em poder, em amor, em ação, à custa das experiências das vidas humanas que anima.
Por meio das experiências e das sensações terrenas, a alma evolui, transformando-as em conceitos eternos e, neste trabalho, ela contribui para a Obra Divina de evolução do Cosmos."

(Alberto Lyra,O Ensino dos Mahatmas, Ibrasa, pg. 178)

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

DA LAGARTA À BORBOLETA



"Para que a lagarta possa tornar-se borboleta, é indispensável que passe por uma espécie de morte, a crisálida, ou o casulo. No fim do seu período de lagarta, deixa ela de comer, retira-se a um lugar solitário e lá se metamorfoseia. Não sabemos se ela sofre com esta metamorfose. E, se sofre, também aceitaria de boa vontade esse sofrimento, porque, instintivamente, a lagarta sabe que o seu verdadeiro estado é o de borboleta alada. Nesse último estado é o inseto completamente diferente da lagarta: com quatro asas velatíneas, meia dúzia de pernas elegantes e flexíveis, dois olhos de opala com milhares de facetas visuais; dispõe de uma língua em forma de espiral contráctil, com a qual suga o néctar das flores. Em vez de rastejar pesadamente pela terra, a borboleta voa elegantemente pelos espaços ensolarados, donde só desce, de tempos a tempos, para se alimentar duma gotinha de néctar sugado do perfumoso cálice das flores. Há um contraste frisante entre toda a vida da lagarta e a da borboleta. E toda essa modificação se deu durante a morte da lagarta e o nascimento da borboleta, que é a crisálida, que pode ser comparada com uma meditação profunda.(...)
Quem quiser voar como borboleta, não tenha medo de morrer como crisálida, depois de ter vivido como taturana."

(Huberto Rohden, Porque Sofremos, Universalismo)
http://universalismoesoterico.blogspot.com.br

domingo, 22 de outubro de 2017

DISCERNIMENTO



"Duas pessoas conviveram dentro de você durante toda sua vida. Uma é o ego, tagarela, exigente, histérico, calculista; a outra é o ser espiritual oculto, cuja voz sábia e serena você raramente ouviu e, se o fez, não a atendeu. À medida que ouve mais e mais os ensinamentos, que os contempla e integra em sua vida, essa voz interior, sua sabedoria inata do discernimento, chamada no budismo de 'sabedoria discriminativa', é despertada e fortalecida, e você começa a distinguir sua orientação das diferentes vozes clamorosas e sedutoras do ego. A lembrança da sua real natureza, com todo seu esplendor e confiança, começa a retornar para você. (...)
Quanto mais ouvir esse guia sábio, mais facilmente você mesmo estará preparado para mudar seus maus-humores, ver através deles e até rir-se deles pelos absurdos dramas e ridículas ilusões que criam. Gradualmente se descobrirá capaz de libertar-se mais depressa das emoções negativas que governaram sua vida, e essa habilidade é o maior de todos os milagres. "

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena,p. 163/164) 

sábado, 21 de outubro de 2017

SIMPLICIDADE


"Simplicidade não significa mero ajustamento a um padrão. Requer-se muita inteligência para sermos simples, e não apenas que nos ajustemos a determinado padrão, por mais nobre que ele se nos afigure, exteriormente. A maioria de nós, infelizmente, começa a ser simples nas coisas exteriores, é bem fácil ter escassas posses e estar satisfeito com poucas coisas; contentar-se com pouco e talvez dividir este pouco com outros. Porém, uma simples manifestação exterior de simplicidade, nas coisas, nas posses, não implica, por certo, simplicidade interior. Porque, nas condições atuais do mundo, estão-nos sendo impostas cada vez mais coisas, exteriormente. A vida se está tornando cada vez mais complexa. Para fugir de tal situação, procuramos renunciar às coisas ou desapegar-nos delas — de automóveis, casas, organizações, cinemas, e das inumeráveis circunstâncias que nos assaltam do exterior. Pensamos que, pela renúncia, seremos simples. Já houve muitos santos e muitos instrutores que renunciaram ao mundo; parece-me, no entanto, que tal renúncia, por parte de qualquer de nós, não resolve o problema. A simplicidade fundamental, real, só pode vir à existência interiormente, e daí manifestar-se, exteriormente, como expressão. Como ser simples — eis o problema: porque a simplicidade nos torna mais e mais sensíveis. A mente sensível, o coração sensível, é essencial, porque capaz de rápido percebimento, rápida receptividade.
Sem dúvida, só podemos ser interiormente simples, quando compreendemos os inumeráveis empecilhos, apegos, temores, em que estamos aprisionados. Entretanto, de modo geral, gostamos de estar presos a pessoas, posses, ideias. Gostamos de ser prisioneiros. Interiormente, somos prisioneiros, embora exteriormente pareçamos muito simples. Interiormente somos prisioneiros dos nossos desejos, das nossas necessidades, de nossos ideais, de inumeráveis impulsos. A simplicidade não pode ser achada, se não somos livres interiormente. Por conseguinte, ela deve começar de dentro, e não de fora."

(Krishnamurti, A Primeira e Última Liberdade, Ed. Cultrix, São Paulo - p. 75/76)

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

PERCEPÇÃO - COMPAIXÃO - FRATERNIDADE


"Que melhor expressão de percepção e compaixão, abrindo a porta para a fraternidade? A fraternidade universal não é uma abstração. A percepção de momento a momento não deve e não pode ser uma abstração. A fraternidade universal deve florir de tempos em tempos na circunstâncias de nossa vida.
(...) Em outras palavras, onde há a verdadeira percepção, há também a fraternidade universal. Com a verdadeira percepção abraçamos sem distinção tudo o que vem a nós. De certo modo somos um com todos os outros seres humanos, com todos os outros seres; se nós vivermos a fraternidade universal, seremos capazes de perceber todos os seres humanos e todos os outros seres.
A unidade de toda a vida é o ensinamento fundamental da Teosofia, e certamente todo o verdadeiro teosofista concorda com esse ensinamento. Porém ela não deve ser apenas uma ideia, uma teoria, um ideal, mas uma experiência real em nossa consciência, uma experiência de percepção, de unidade. Então ela se expressará não apenas em nossos pensamentos, mas também em nosso sentimentos, em nossas convicções e em nossas ações."

(Mary Anderson, O caminho da percepção, Revista Sophia, N° 69, p. 8www.editorateosofica.com.br

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

PERCEPÇÃO


"Por que o início de qualquer caminho é importante? Essa importância envolve nossa motivação, a razão original para nossa ação, o espírito com o qual empreendemos qualquer coisa. Ao mesmo tempo, pode iniciar a direção na qual desejamos seguir. Se nossa meta for o que consideramos verdadeiramente espiritual, mas nosso motivo, nossa atitude (e, portanto, nosso ponto de partida) forem egoístas, começaremos com o pé errado e prosseguiremos na direção do autointeresse, não na direção espiritual. Por outro lado, se nosso motivo for verdadeiramente altruísta, filantrópico e espiritual, seguiremos o caminho que leva ao amor e à fraternidade universal sem distinção."

(Mary Anderson, O caminho da percepção, Revista Sophia, Nº 69, p. 8)
www.editorateosofica.com.br

terça-feira, 17 de outubro de 2017

PARA APRENDER, A MENTE PRECISA ESTAR TRANQUILA


"Para descobrir algo novo, você precisa começar por você mesmo; precisa iniciar uma jornada completamente despojado(a), especialmente de conhecimento, porque é muito fácil, mediante o conhecimento e a crença, ter experiências, mas elas são simplesmente o produto da autoprojeção, por isso totalmente irreais, falsas. Para descobrir por si mesmo o que é novo, não é bom carregar o peso do velho, especialmente o conhecimento, por mais incrível que ele seja. Usamos o conhecimento como um meio de autoprojeção, de nos manter seguros, e acreditamos que estaremos certos apenas se tivermos as mesmas experiências que Buda, Cristo ou X tiveram. Porém, um homem que está se protegendo constantemente com auxílio do conhecimento, é óbvio que não é um buscador da verdade...
Para a descoberta da verdade não há caminho... Quando se quer encontrar algo novo, quando se está experimentando alguma coisa, a mente tem de estar muito tranquila, certo? Se a mente está sobrecarregada, repleta de fatos e conhecimento, estes atuam como um impedimento ao novo. Para a maioria de nós, a dificuldade é que a mente se torna tão importante, tão predominantemente significativa, que interfere constantemente em qualquer coisa que possa ser nova, em qualquer coisa que possa existir simultaneamente com o conhecido. Por isso, o conhecimento e a aprendizagem são impedimentos para aqueles que buscam, tentam entender aquilo que é eterno."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 22)

Fonte:https://chavesparaasabedoria.blogspot.com.br/2017/09/

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

O QUE SIGNIFICA “TEOSOFIA”



"A Teosofia constrói seus ensinamentos morais sobre a Unidade, vendo em cada forma a expressão de uma Vida comum. Daí considerar que o que fere a uma fere a todas. Fazer o mal, isto é, lançar veneno no sangue-vida da humanidade, é crime contra a Unidade. A Teosofia não tem código de ética, por ser em si mesma a corporificação da mais alta moralidade. Ela apresenta aos estudantes os mais altos ensinamentos de todas as religiões, reunindo as 
flores mais fragrantes dos jardins da fé no mundo. Sua Sociedade não tem código, porque qualquer código que fosse imposto com generalidade estaria correspondendo à média do nível mais baixo da época. E a Sociedade busca elevar seus membros acima do nível comum, mostrando-lhes sempre os mais altos ideais, e infundindo neles as mais elevadas aspirações. Ela busca desenvolver a lei interior e não impor a lei exterior. Seu modo de proceder com os menos evoluídos dos seus membros não é a expulsão, mas a reforma."

(Annie Besant, O Enigma da Vida, pg. 4)
http://universalismoesoterico.blogspot.com.br/

domingo, 15 de outubro de 2017

AS TRÊS FERRAMENTAS DA SABEDORIA


"O caminho para descobrir a liberdade da sabedoria da ausência do ego, segundo os mestres, passa pelos processos de ouvir e escutar, contemplar e refletir, e meditar. Eles nos aconselham a começar pelo ouvir repetidamente os ensinamentos espirituais. Ouvindo, eles nos recordarão uma e outra vez da nossa oculta natureza de sabedoria. É como se fôssemos aquela pessoa que pedi que imaginassem sofrendo de amnésia numa cama de hospital, e alguém que nos amasse e se importasse conosco estivesse nos sussurrando no ouvido o nosso verdadeiro nome, mostrando-nos fotografias de família e de velhos amigos, tentando trazer de volta o conhecimento da nossa identidade perdida. Gradualmente, ao ouvir os ensinamentos, certas passagens e visões interiores neles contidos farão vibrar um estranho acorde em nós, lembranças da nossa verdadeira natureza começarão a voltar pouco a pouco, despertando um profundo sentimento de alguma coisa despretensiosa e misteriosamente familiar"


(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, p. 165)

sábado, 14 de outubro de 2017

ESPÍRITO, ESPIRITUAL E ESPIRITUALIDADE


"Aquilo que o homem é e faz constitui a medida de sua espiritualidade, e não sua conformidade a alguma forma religiosa ou padrão externo. Na verdade, pode-se perguntar sob que condições a conformidade com ideia externa é auxílio ou empecilho, àquela união do interno e do externo que é a essência da religião, como implica a própria palavra 'religião'. Pois religião é um elo ou união, e nada pode ser uma união mais natural que aquela que se obtém quando, aquilo que está no interior, encontra sua própria expressão natural e espontânea em algum modo exterior. Assim, o pensamento torna-se uma palavra e uma ideia, uma melodia - do mesmo modo que também o Espírito torna-se seu próprio agente, a alma, que é seu veículo imediato."

(N. Sri Ram, O Interesse Humano, Ed. Teosófica, p. 109)

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

PRANA, A VIDA



"Todos os universos, todos os mundos, todos os animais, todos os vegetais, todos os minerais, todas as moléculas e átomos, tudo o que é, tudo o que existe, está submerso num grande Oceano de Vida, Vida Eterna, Vida Infinita, Vida Insuscetível de aumento ou diminuição. O universo é apenas vida manifestada, vida tornada objetiva, vida diferenciada.
Posto isto, cada organismo, quer seja diminuto como uma molécula, quer seja vasto como um universo, pode considerar-se num trabalho constante de apropriação de uma parte desta vida universal. Imaginemos uma esponja viva estendendo-se na água que a banha, que a envolve por todos os lados, que a penetra por todos os orifícios. A água, o oceano imenso, circula por toda ela, enche-lhe todos os poros; podemos, pois, distinguir com o pensamento a parte do oceano que a cerca e a parte de que ela se apropriou, isto é, a porção de água que absorveu. Pois bem: cada organismo é uma esponja banhada pelo Oceano da vida Universal, e contém em si qualquer coisa desse Oceano, representando a parte da vida absorvida, a sua faculdade de viver. Em Teosofia, a vida apropriada tem o nome de Prana e é ela que corporifica o Terceiro Princípio da constituição do homem."

(Annie Besant, Os Sete Prncípios do Homem, Ed. Pensamento p. 8)

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

AS FACULDADES PSÍQUICAS


“As faculdades psíquicas constituem grandes armadilhas nas quais muitos aspirantes espirituais sinceros se perderam. Sem a misericórdia divina é impossível sair desse abismo.
Quanta gente acredita que poderes psíquicos e vida religiosa são coisas idênticas! Meu conhecimento pessoal me permite afirmar que a grande maioria das pessoas que se afastou de suas respectivas religiões pratica ou admira os poderes psíquicos como coisas espirituais. Quem os utiliza comete um erro ainda maior, principalmente no caso das curas físicas. (...)
Não há dúvida de que existem temperamentos nos quais os poderes psíquicos se desenvolvem facilmente. Os verdadeiros atributos da vida espiritual, porém, são a veracidade, a abnegação e a fé perene na existência de Deus."

(Swami Prabhavananda e Swami Vijoyananda - O Eterno Companheiro - Ed. - p. 47)

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

TEMPO UMA PROPRIEDADE DA MENTE


"Helena Blavatsky, assim como muitos filósofos, viu que o tempo, como sucessão de eventos, é tanto uma propriedade da nossa mente quanto uma parte da realidade. Nós percebemos de forma seriada e classificamos como passado, presente e futuro; os eventos, entretanto, simplesmente são.
O tempo é uma generalização, um conceito que formulamos a partir da experiência. Depois atribuímos a ele uma existência separada da nossa vivência dos eventos. Blavatsky, contrariando a noção de que o tempo flui e nós permanecemos parados, afirma que 'o tempo é apenas uma ilusão produzida pelos sucessivos estados da nossa consciência, à medida que atravessamos a duração eterna'."

(Tempo e atemporalidade - Do livro Sabedoria Antiga e Visão Moderna, Shirley Nicholson, Ed. Teosófica - Revista Sophia, nº 7 - p. 16)

terça-feira, 10 de outubro de 2017

RELAÇÕES E ISOLAMENTO


"A vida é experiência, experiência em relação. Não se pode viver no isolamento; a vida, portanto, é relação, e relação é ação. E como adquirir a capacidade de compreender as relações, que é a vida? Não significam as relações, não só comunhão com pessoas, mas também intimidade com coisas e idéias? A vida são relações, que se expressam no contato com coisas, pessoas, idéias. Compreendendo as relações, teremos capacidade para enfrentar a vida de maneira completa, adequada. Nosso problema, portanto, não é ter capacidade — pois esta não é independente das relações — porém, antes, compreender as relações, o que naturalmente produzirá a capacidade de pronta flexibilidade, pronto ajustamento, pronta reação.
As relações, sem dúvida, são um espelho em que nos descobrimos. Sem relações não existimos. Ser é estar em relação, estar em relação é existir. Só existis em relação, de outro modo não existis, a existência nada significa. Não é porque pensais, que existis, que vos tornais existentes. Existis porque estais em relação, e é a falta de compreensão das relações que causa conflito."

(J. Krishnamurti, A Primeira e Última Liberdade, Ed. Cultrix, pg. 89) 

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A VOZ DO SILÊNCIO


"Se a tua Alma sorri ao banhar-se ao sol da tua vida; se a tua Alma canta dentro da sua crisálida de carne e de matéria; se a tua Alma chora dentro do seu castelo de ilusão; se a tua Alma se esforça por quebrar o fio de prata que a liga ao Mestre; sabe, ó discípulo, que a tua Alma é da terra. 
Quando ao tumulto do mundo a tua Alma que desabrocha dá ouvidos; quando à voz clamorosa da grande ilusão a tua Alma responde; quando se assusta ao ver as lágrimas quentes da dor, quando a ensurdecem os gemidos da angústia, quando a Alma se retira, como a tartaruga tímida, para dentro da concha da personalidade, sabe, ó discípulo, que do seu Deus silencioso a tua Alma é um sacrário indigno.
Quando, já mais forte, a tua Alma vai saindo do seu retiro seguro; quando, deixando o sacrário protetor, estende o seu fio de prata e avança; quando, ao contemplar a sua imagem nas ondas do espaço, ela murmura, 'Isto sou eu' - declara, ó discípulo, que a tua Alma está presa nas teias da ilusão. 
Esta terra, discípulo, é a sala da tristeza, onde existem, pelo caminho das duras provações, armadilhas para prender o teu Eu na ilusão chamada 'a grande heresia'. Esta terra, ó discípulo ignaro, não é senão a triste entrada para aquele crepúsculo que precede o vale da verdadeira luz - essa luz que nenhum vento pode apagar, e que arde sem óleo nem pavio."

(H. P. Blavatsky, A Voz do Silêncio, Ed. Teosófica, p. 92-95)

domingo, 8 de outubro de 2017

SENDAS PARA A MESMA META


"Aquilo que o mundo mais precisa atualmente é de fraternidade, primeiramente no coração do homem e, como seu reflexo, em uma síntese de suas partes e funções dispersas desse mundo. Essa síntese deve ser produzida por meio de uma crescente compreensão de unidades, através da dedicação àquelas unidades das diferenças que jazem à nossa volta por todo lado. (...)
É chegado o momento em que será reunido, em um todo, o conhecimento conquistado em diferentes campos através das pesquisas de especialistas, para que possamos ver os diversos processos evolutivos como parte de um plano. Similarmente, as crenças do mundo precisam ser compreendidas como preenchendo as mesmas necessidades humanas; homens e mulheres, de diferentes nacionalidades e raças, desempenhando diferentes funções, têm de compreender sua inseparabilidade, sua complementaridade e valor mútuo. Descemos na diferenciação de todo tipo; devemos 'ascender' à unidade da fraternidade."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica - p. 91/92)

sábado, 7 de outubro de 2017

SUCESSO E FRACASSO NO OCULTISMO

"Todos os fracassos vêm do interior assim como todos os êxitos. Nenhum poder externo deve ser tido como o causador de um ou outro resultado. Ambas as sementes estão presentes no aspirante desde o princípio. Aquela que consegue germinar e crescer mais forte depende do indivíduo, especialmente do seu modo de pensamento e de vida.
O ocultismo infalivelmente mostra a pessoa como ela é. Tudo o que existe de bom ou de mal nela aflora. Nisto se encontra o mérito do forte, o perigo para o fraco. O ocultismo é a força que pode incinerar a impureza e revelar o ouro puro ou acender a paixão, inflamar o desejo, acentuar o orgulho. O mesmo agente é capaz de ambos os efeitos.
Todos os que se aproximam desta chama devoradora deveriam se precaver; pois ela tanto exala como consome. O puro de coração não tem nada para temer. Os orgulhosos e inflamados pela paixão estão em perigo desde o primeiro passo.(...)
Os Hierofantes somente observam, sabendo que a vitória e a iluminação, a derrota e o fracasso ocorrem. Eles também sabem que estas são experimentadas dentro do Envoltório Áurico do candidato ao Adeptado."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Yoga - Ed. Teosófica, Brasília, p. 157)

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

COMPAIXÃO

"A maioria de nós estamos tão absorvidos em nossas próprias preocupações e dificuldades, que dificilmente percebemos o enorme sofrimento que existe no mundo, não somente em tempos anormais, como o atual, mas também quando tudo externamente está aparentemente bem. Até mesmo as horríveis calamidades em diversas partes do mundo que, infelizmente, sucedem de tempos em tempos, deixam de afetar nossos sentimentos e de evocar de nossa parte uma resposta realmente compassiva. (...)
E é somente quando penetramos nas causas do caos e sofrimento que existe no mundo e realmente desejamos mudar estas condições, então, somente, compreendemos o valor da Filosofia Esotérica, e a necessidade de aplicar as suas verdades à solução de nossos problemas sociais e econômicos. Vemos, deste modo, que quando a compaixão humana estiver adequadamente desenvolvida, nossa vida automaticamente ajustar-se-á ao trabalho que deve ser feito para criar melhores condições no mundo.
Sem esta compaixão verdadeira a fraternidade possivelmente degenera em mero dogma intelectual, o qual não é capaz de inspirar e de tocar nossos corações e, deste modo, todas as nossas atividades externas tendem a tornar-se estéreis e ineficientes."
(I. K. Taimni, Princípios de Trabalho da Sociedade Teosófica, Ed. Teosófica, p. 102)

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

LIMITES DE RESTRIÇÃO

"A raiz, os ramos e cada parte de uma planta contêm energia ou poder para crescer e se expandir, mas esse poder é restringido, de uma maneira misteriosa, até que seja necessário que ele entre em ação. Há muitos outros exemplos de limites estabelecidos pela natureza, mas geralmente não reparamos porque estamos familiarizados demais com o fenômeno. Plantas altas como o coqueiro não continuam a crescer indefinidamente; elas param antes de correr o risco de tombar.
Quando e como a natureza comunica que é hora de parar de crescer? Todas as coisas que estão crescendo param quando essa é 'a coisa mais sensata a fazer', se é que se pode usar tal frase. O sistema natural regula toda a vida e os relacionamentos mútuos na terra, produzindo equilíbrio. Quando uma espécie prolifera e se reproduz muito rapidamente, uma solução natural aparece, e a população dessa espécie começa a crescer, por uma razão ou outra. Se, por exemplo, ratos, esquilos, cobras e outras criaturas que procriam em grande quantidade forem mantidos sob controle pelo predadores, tanto predador quanto presa são beneficiados. Mas geralmente o equilíbrio se perde quando o seres humanos intervêm, temerariamente confiantes em seu conhecimentos superior."

(Radha Burnier, O papel dos limites, Revista Sophia, Nº 68, p. 20)
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quarta-feira, 4 de outubro de 2017

PENSA POSITIVAMENTE!


"A plantinha delicada da felicidade não medra senão nesse clima do pensamento positivo. 
Que diríamos de um homem que se recusasse a gozar dos benefícios da luz solar por saber que existem no globo solar enormes manchas escuras? ou que definisse o sol como grandes manchas tenebrosas rodeadas de luz? Em linguagem evangélica se chama essa filosofia negativista 'enxergar o argueiro no olho do irmão – e não enxergar a trave no próprio olho', quer dizer, 
ver sobretudo no próximo as faltas, embora pequeninas, e não perceber as suas próprias faltas, por mais enormes que sejam. Há uma terapêutica para estabelecer perfeita paz e felicidade na alma, e uma imperturbável harmonia na sociedade humana; consiste na observância do seguinte conselho: Homem, habitua-te a atribuir sempre ao próximo as virtudes que descobres em ti! – e a atribuir a ti mesmo as faltas que encontras no próximo!
O remédio é de efeito infalível – embora seja amargo como losna."

(Huberto Rohden, O Caminho da Felicidade)
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terça-feira, 3 de outubro de 2017

QUESTÕES DESAFIADORAS


"Se decidirmos não usar nossos braços, eles se atrofiam. Somente usados contra algum peso é que nossos músculos se desenvolvem. O mesmo acontece com a mente. Sem questões desafiadoras, ela também pode se atrofiar. Os desafios da vida proveem a resistência de que a nossa mente precisam para se desenvolver. Grandes mentes, como grandes atletas, desenvolvem-se fazendo esforços.
O desenvolvimento emocional também ocorre pela superação da resistência. Nossa família, amigos ou colegas podem agir de maneiras que nos aborreçam. Estranhos podem nos chatear, mas geralmente podemos nos afastar deles. Contudo, não se pode escapar de relacionamentos mais íntimos de maneira tão simples. Devemos superar os desafios que encontramos no trabalho ou em casa, porque não temos outra escolha. Isso nos força a desenvolver qualidades que nos permitirão lidar com as dificuldades. Num esforço para pôr fim à angústia emocional, buscamos força interior, o que resulta em mais paciência, coragem, tato e compaixão. Sem nenhuma resistência emocional, não teríamos necessidade de fortalecer nossa natureza interior."

(Ed Abdill, De volta à eternidade, Revista Sophia, Nº 68, p. 17)

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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

MATÉRIA E CONSCIÊNCIA


"Buda ensinou que todo o sofrimento surge da ignorância. Pode ser óbvio para a maioria de nós que a ignorância de certos fatos a respeito da natureza causa sofrimento. Antes que a raça humana estivesse consciente da existência das bactérias, não se via ligação entre condições insalubres e doença. Sofrimento e morte eram muitas vezes o resultado dessa ignorância. No entanto, acredito que Sidharta tinha algo muito mais fundamental em mente quando disse que nosso sofrimento surge da ignorância. É a ignorância da nossa verdadeira natureza, é a ignorância de quem e do que realmente somos, a ignorância do fundamento de nosso verdadeiro ser."

(Ed Abdill, De volta à eternidade, Revista Sophia, Nº 68, p. 17)

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domingo, 1 de outubro de 2017

CORPO FÍSICO - VEÍCULO DA ALMA



"Quando há trabalho que precisa ser feito, o corpo físico quer descansar, passear, comer e beber; e o homem que não sabe diz a si mesmo: 'Eu quero fazer estas coisas, e preciso fazê-las.' Mas o homem que sabe, diz: 'Aquele que quer não sou eu, e deve esperar um pouco. Frequentemente,
quando há uma oportunidade de auxiliar alguém, o corpo insinua: 'Quanto aborrecimento me trará isto, deixemos que outro qualquer o faça.' Mas o
homem que sabe replica ao seu corpo: 'Tu não me impedirás de praticar
uma boa ação.' (Aos Pés do Mestre, Krishnamurti)


Neste parágrafo Krishnamurti nos mostra como nos identificamos com o corpo físico. Essa identificação se dá, porque é por meio desse corpo que atuamos no plano físico denso, os quais são formados de matéria no estado sólido, líquido e gasoso. A nossa tarefa é trazer o corpo físico sob controle. Para tanto, é necessário que primeiro tomemos consciência de que ele é o veículo com que a alma pode experienciar estes níveis densos, através do sistema nervoso, onde deverá estar apto a "receber impulsos originados nos corpos superiores, tais como sentimentos, pensamentos e intuições e transmiti-los ao mundo físico através de ações” (Antonio Geraldo Buck)
Segundo I. K. Taimni, em seu livro Autocultura à Luz do Ocultismo: “O corpo físico tem alguma coisa que pode ser chamada semiconsciência, tem também hábitos, idiossincrasias e algo que corresponde à vontade, de modo que ele pode resistir, e resiste às nossas tentativas para mudar seus processos.” Todos nós sabemos como muitas vezes é difícil mudar um hábito, mesmo que tais hábitos tenham sua origem nos corpos mental e emocional, mas como diz o próprio Taimni, é no físico que ainda ficam resquícios a serem trabalhados, como levantar em determinada hora, deixar de comer algo que não nos faz bem, executar tarefas que exigem um esforço a mais e assim por diante. Mas aquele que sabe o porquê de estarmos encarnados nesse nível de matéria densa, também sabe que é tarefa nossa controlar o corpo físico, apesar de ser uma tarefa árdua, mas o processo deve se iniciar com a “desidentificação”, isto é, sabermos que não somos o corpo físico. Para tanto, a disciplina é fundamental para que se tenha o corpo físico sob controle, sem castigá-lo ou mortificá-lo. Temos que ter em mente que para que ele possa ser um bom veículo é necessário que goze de boa saúde, a fim de que possa desempenhar a contento suas funções.

Tirza Fanini