segunda-feira, 23 de outubro de 2017

DA LAGARTA À BORBOLETA



"Para que a lagarta possa tornar-se borboleta, é indispensável que passe por uma espécie de morte, a crisálida, ou o casulo. No fim do seu período de lagarta, deixa ela de comer, retira-se a um lugar solitário e lá se metamorfoseia. Não sabemos se ela sofre com esta metamorfose. E, se sofre, também aceitaria de boa vontade esse sofrimento, porque, instintivamente, a lagarta sabe que o seu verdadeiro estado é o de borboleta alada. Nesse último estado é o inseto completamente diferente da lagarta: com quatro asas velatíneas, meia dúzia de pernas elegantes e flexíveis, dois olhos de opala com milhares de facetas visuais; dispõe de uma língua em forma de espiral contráctil, com a qual suga o néctar das flores. Em vez de rastejar pesadamente pela terra, a borboleta voa elegantemente pelos espaços ensolarados, donde só desce, de tempos a tempos, para se alimentar duma gotinha de néctar sugado do perfumoso cálice das flores. Há um contraste frisante entre toda a vida da lagarta e a da borboleta. E toda essa modificação se deu durante a morte da lagarta e o nascimento da borboleta, que é a crisálida, que pode ser comparada com uma meditação profunda.(...)
Quem quiser voar como borboleta, não tenha medo de morrer como crisálida, depois de ter vivido como taturana."

(Huberto Rohden, Porque Sofremos, Universalismo)
http://universalismoesoterico.blogspot.com.br

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