sábado, 30 de setembro de 2017

NOSSA LUZ INTERIOR


"Podemos falar indefinidamente, empilhar palavras sobre palavras, chegar a diversas conclusões, mas em toda essa confusão verbal, se houver uma ação clara, equivalerá a dez mil palavras. Muitos de nós temos medo de agir, porque estamos confusos, perturbados, mal-humorados e infelizes. Apesar de toda essa confusão e dessa desordem, esperamos que alguma luz venha nos iluminar, uma luz que não venha de fora, que jamais seja enevoada, que não nos foi dada nem induzida, ou que nos possa ser retirada; uma luz que se mantém por si só, sem nenhum esforço de nossa vontade, sem nenhuma razão, uma luz que não tem fim e, portanto, não tem começo. 
Muitos de nós se estivermos conscientes de nossa confusão interior, desejaremos essa luz. Vamos ver se conseguimos descobri-la para que nossa mente e nosso coração se tornem  iluminados, serenos, sem problemas nem medos. Seria muito valioso se pudéssemos ser nossa própria luz, uma luz que não dependesse de nada e que fosse completamente livre. (...)"

(J. Krishnamurti, Nossa Luz Interior, Ed. Ágora, p. 20)
(www.editoraagora.com.br)

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

EFEITOS DA KUNDALINI


"A kundalini em si não é nem quente nem fria. O calor é experimentado no corpo através do aumento da atividade molecular que ela causa. A Kundalini é simplesmente uma energia que flui, de caráter elétrico. Como a eletricidade, ela é em si neutra com relação à temperatura, e somente produz calor em condições que oferecem resistência ao seu fluxo. Quando os nadis estão parcial ou totalmente fechados por substâncias etérica ou física, o despertar e a subida da kundalini podem produzir sensações de calor e até mesmo queimação à medida que a resistência é superada. O calor ocorre nas substâncias corpóreas, e não na kundalini, apesar de seu título de Fogo Serpentino: a palavra 'fogo' é simbólica e não uma realidade. Ela pode na verdade produzir um resfriamento ao superar as congestões no duplo etérico do corpo, especialmente na cabeça."

(Geoffrey Hodson, A Suprema Realização através do Ioga, Ed. Teosófica, p. 71)
www.editorateosofica.org,br

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

TREINANDO A MENTE A FICAR CALMA



"O treinamento que recebi de meu mestre, Sri Yukteswar, foi maravilhoso nesse sentido. Acontecesse o que acontecesse, ele não aceitava desculpas quando eu ficava mentalmente agitado. Eu costumava ir ao ashram e sentar-me a seus pés, para meditar e ouvir sua sabedoria. Quando chegava perto da hora do trem que me levaria de volta para casa, ele percebia meu desassossego e apenas sorria, sem me dar licença de partir. No começo, eu não achava aquilo razoável. Mas, depois de um período um tanto quanto tenso dessa disciplina, ele explicou: 'Não vejo com má vontade o fato de você aprontar-se a tempo para ir para a estação; mas digo que não há necessidade de ficar inquieto. Por que permitir que a agitação nervosa perturbe sua mente? Quando estiver comigo, esteja naturalmente calmo, e quando a hora do trem chegar, prepare-se calmamente para sair.' Ele me fez perder vários trens até que eu aprendesse a ser calmamente ativo e ativamente calmo."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 29/30)

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

PERCEPÇÃO DA UNIDADE


"Ao examinar nossas virtudes, devemos atentar para todas elas, porque nenhuma pode florescer à custa das demais. Se isso ocorrer será um exagero que pode se tornar um vício. A virtude está na moderação.
A chave para manifestar as virtudes está na auto-observação e no autoconhecimento. Paradoxalmente, a preparação para deixar o centro pode ocorrer melhor de maneira inconsciente, ou pelo menos natural e espontânea. Todas as virtudes são expressões de uma atitude - e essa atitude nada tem a ver com estar no centro. Para ser virtuosa a pessoa precisa deixar o centro. (...)
Se vemos um animal ser maltratado e sentimos raiva, essa raiva é uma expressão de separatividade tão ruim quanto a crueldade do malfeitor. Isso não quer dizer que não devemos interferir, mas que devemos interferir sem violência. Uma vez perguntaram a Krishnamurti o que ele faria se um amigo fosse atacado na sua frente. Ele disse que sempre viveu sem violência e que agiria como sempre vivera.
Como sair do centro? Será possível abrir mão dessa posição? Isso é possível numa crise súbita, quando a separatividade, o medo e as comparações simplesmente se afastam. 
Com a percepção da unidade a personalidade pode ser um instrumento para o superior, não simplesmente para si própria. Devemos viver e agir como somos - mas isso não quer dizer que não precisamos tentar melhorar. A questão é se aprofundar na concepção da unidade sem se imaginar melhor do que se é - sem pensar no eu. Talvez então tenhamos um insight sobre o que significa a iluminação.(...)"

(Mary Anderson - Como superar o egocentrismo - Revista Sophia, nº 39 - p. 40/41)
www.revistasophia.com.br

terça-feira, 26 de setembro de 2017

SILÊNCIO E CALMA


"O silêncio ajuda, mas você não precisa dele  para encontrar a calma. Mesmo se houver barulho por perto, você pode perceber a calma por baixo do ruído, do espaço em que surge o ruído. Esse é o espaço interior da percepção pura, da própria consciência.
Você pode se dar conta dessa percepção como um pano de fundo para tudo o que seus sentidos apreenderem, para todos os seus pensamentos. Dar-se conta da percepção é o início da calma interior.
Qualquer barulho perturbador pode ser tão útil quanto o silêncio. De que forma? Abolindo a sua resistência interior ao barulho, deixando-o ser como é. Essa aceitação também leva você ao reino da paz interior que é a calma. (...)
Preste atenção nos intervalos - o intervalo entre dois pensamentos, o curto e silencioso espaço entre as palavras e frases numa conversa, entre as notas de um piano ou de uma flauta ou o intervalo entre a inspiração e a expiração
Quando você presta atenção nesses intervalos, a percepção de 'alguma coisa' se torna apenas percepção. Dentro de você surge a pura consciência desprovida de qualquer forma. Você deixa então de identificar-se com a forma."

(Eckhart Tolle,  O Poder do Silêncio, Ed. Sextante, p.15)

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

FELICIDADE : O MAIS PROFUNDO SEGREDO DO UNIVERSO


"Como a verdadeira natureza da vida, a felicidade pode ser tocada e experimentada por qualquer pessoa, em quaisquer circunstâncias. Pode estar próxima da superfície em algumas pessoas e alguns lugares, e profundamente enterrada em outras. Mas se a felicidade é a verdadeira substância do universo, não pode existir em nenhum lugar, por mais terrível que seja, onde seu último lampejo tenha se extinguido irremediavelmente.
A felicidade é a realidade mais básica do universo e de nós mesmos como partes dele: buscar esta felicidade acima de qualquer coisa não é uma procura egoísta. Viver para o prazer sensual e a felicidade comum pode sim ser egoísta, se não considerar os outros, mas a felicidade do universo opera por meio de leis muito diferentes. Quanto mais desta felicidade você experimentar, tanto mais outros também a terão, pois é inevitavelmente compartilhada. Quanto mais felicidade você proporcionar, tanto mais sensibilidade você terá aos bloqueios de felicidade nos outros, sendo ainda mais atraído pelo amor para ajudá-los a encontrar felicidade. A alegria comum quer receber a felicidade quer dar."

(Robert Ellwood, Felicidade: o mais profundo segredo do Universo, Revista TheoSophia, Publicação da Sociedade Teosófica no Brasil, jul/ago/st 2016, p. 29)
www.sociedadeteosofica.org.br
 

domingo, 24 de setembro de 2017

COMO ABORDAR DIVINO


"Em A Chave da Teosofia, HPB  fala sobre a prece. Primeiro ela discute as inadequações de uma abordagem que coloca diante de um ser divino um desejo egoísta com a expectativa de ser realizado, quer seja merecido ou não, quer esteja dentro das leis da natureza ou não. Ela diz que essa abordagem é oposta a verdadeira oração. Como teósofos acreditamos nas preces, mas ela as descreveu como 'orações de vontade'. A prece de uma vontade não dirigida a uma pessoa elevada, mas ao 'Pai Celestial'. Ela fazia distinção entre a crença reinante da figura divina do Pai nas nuvens, que dá coisas àqueles que dizem as palavras certas, do Pai do Céu, que é a nossa própria natureza espiritual mais profunda: Atma-Buddhi-Manas. HPB entendia que a oração genuína era dirigida a este Pai Celestial, que é um princípio, pois é universal."

(Tim Boyd, como abordar o Divino , Revista TheoSophia, Publicação da Sociedade Teosófica no Brasil, abr,maio,junho 2017, p. 9)
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sábado, 23 de setembro de 2017

INTROSPECÇÃO


"Vejamos primeiro o que se entende por introspecção. Por introspecção entende-se: olhar para dentro de si mesmo, examinar a si mesmo. Por que examino a mim mesmo? Com o fim de me aperfeiçoar, alterar, modificar. Faço a introspecção com o fim de me tornar alguma coisa, do contrário não a faria. Não examinaríeis a vós mesmos, se não houvesse o desejo de vos modificardes, vos alterardes, vos tornardes uma coisa diferente do que sois. Esta é a razão evidente da introspecção. Sinto cólera, e recorro à introspecção, ao exame de mim mesmo, com o desejo de me livrar da cólera ou de modificá-la ou alterá-la. Onde há introspecção, que representa o desejo de alterar as reações do "eu”, há sempre um fim em vista; quando esse fim não é alcançado, há indisposição, depressão. Por conseguinte, a introspecção está invariavelmente ligada à depressão. Não sei se já notastes que quando fazeis introspecção, quando olhais para dentro de vós mesmos, com o fim de vos modificardes, vem sempre uma onda de depressão. Há sempre uma onda de indisposição, que sois obrigado a combater; tendes de examinar-vos de novo, a fim de vencer aquela indisposição, etc. A introspecção é um processo em que não há libertação, porque é um processo de transformar o que é em algo que não é. É óbvio que acontece exatamente isto quando praticamos a introspecção, quando nos entregamos a essa peculiar atividade. Nessa atividade, há sempre um processo acumulativo; o 'eu' está examinando uma coisa com o fim de modificá-la, e por isso há sempre um conflito dualista e, por conseguinte, um processo de frustração. Nunca há libertação e, manifestando-se a frustração, sobrevêm a depressão."

(Krishnamurti, A Primeira e a Última Liberdade, Ed. Cultrix, p.146)
www.cultrix.com.br


sexta-feira, 22 de setembro de 2017

COMO SEGUIR O CAMINHO


"Todos nós temos carma para encontrar algum caminho espiritual, e eu gostaria de encorajar você, do fundo do meu coração, a seguir com total sinceridade o caminho que mais o inspirar.
Leia os grandes livros sobre espiritualidade de todas as tradições, chegue a algum entendimento sobre o que os mestres querem dizer com libertação e iluminação e descubra qual é a abordagem da realidade absoluta que mais o atrai, que é mais adequada a você. Desenvolva a sua busca com todo o discernimento de que for capaz;o caminho espiritual exige mais inteligência, mais sóbrio entendimento, mais poder sutil de discriminação do que qualquer outra disciplina, porque a mais alta verdade está em jogo. Use o seu bom senso a todo instante. Venha para o caminho de maneira bem-humorada, o mais consciente possível da bagagem que traz com você: suas carências,fantasias, fracassos,e projeções. Combine, com elevada consciência de que sua verdadeira natureza pode ser, humilde realista ;e sensata com a clara avaliação de onde você está na sua jornada espiritual e o que ainda resta a ser entendido e realizado."

(Sogyal Rinpoche, O Livro Tibetano do Viver e do Morrer, Ed. Palas Athena, p.187)
www.palasathena.com.br

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

A MENTE HUMANA


"Com que facilidade as pessoas ficam aprisionadas nas armadilhas de seus pensamentos?
Como a mente humana tem um imenso desejo de saber, de compreender e de controlar, ela confunde opiniões e pontos de vista com a verdade. A mente afirma: 'As coisas são exatamente assim'. Você precisa ir além dos seus pensamentos para perceber que, ao interpretar a 'sua vida' ou a vida e o comportamento dos outros, ao julgar qualquer situação, você está expressando apenas um ponto de vista entre muitos possíveis. Suas opiniões e pontos de vista não passam de um punhado de pensamentos. Mas a realidade é outra coisa. Ela é um todo unificado em que todas as coisas se interligam e nada existe em si e por si. Pensar fragmenta a realidade, cortando-a em pequenos pedaços, em pequenos conceitos.
A mente pensamente é uma ferramenta útil e poderosa, mas torna-se muito limitadora quando invade completamente a sua vida, impedindo você de perceber que a mente é apenas um pequeno aspecto de consciência que você é."

(Eckhart Tolle, O Poder do Silêncio, Ed. Sextante, p. 22)
www.sextante.con.br

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

A ESPIRITUALIDADE NA PERSPECTIVA TEOSÓFICA


"A espiritualidade é o cultivo de um relacionamento pessoal com o sagrado. É a intuição de que existe um nível de realidade mais profundo, um nível do qual nem sempre estamos conscientes, mas que somos capazes de aprender em momentos de insight ou visão. A espiritualidade é o despertar gradual desta dimensão de profundidade e um desejo de conhecê-la mais completamente e intimamente. Em termos teosóficos, a espiritualidade é o reconhecimento de que os ensinamentos públicos ou tradicionais da igreja são apenas parte da história, que existe uma 'sabedoria oculta' adicional no interior do ensinamento público, e que as igrejas geralmente não nos informam sobre esta profundidade, pois parecem não ter percepção de sua existência. A espiritualidade busca essa sabedoria oculta ou a verdade interior, e ela reafirma, com a Teosofia, que 'Não há religião superior à Verdade".

(David Tracey, O crescente interesse pela espiritualidade, Revista TheoSophia, pg. 42 - Publicação da Sociedade Teosófica no Brasil, jan/fev/mar 2017)

terça-feira, 19 de setembro de 2017

VIVENDO COM BONDADE


"Por que o homem não tem sido capaz de se modificar? Ele muda um pouquinho aqui, um pouquinho ali, e ainda quer que a sociedade seja boa. Quer ordem, não apenas em si mesmo, mas nos seus relacionamentos, mesmo os mais íntimos, ao mesmo tempo que deseja paz no mundo; quer isolar-se para poder desenvolver-se e usufruir de algum tipo de beatitude. Se observarmos, esta tem sido a exigência da humanidade no transcorrer dos anos, desde épocas muito remotas. No entanto, quanto mais o homem se torna civilizado, mais desordens ele provoca, e mais guerras surgem. Não se conhece neste planeta um tempo em que não houve: guerras, seres humanos matando seres humanos, uma religião destruindo a outra, uma instituição dominando e destruindo outras, uma organização sufocando a outra. (...)
Construir uma sociedade justa vem sendo o sonho antigo de hindus, gregos e egípcios. E uma sociedade justa só poderá existir quando a humanidade for boa, porque sendo boa o homem cria bondade, constrói bondade em seus relacionamentos, em suas ações em sua maneira de viver.
Ser bom também significa ser belo. Ser bom significa ser sagrado; está relacionado a Deus, aos mais elevados princípios. A palavra bom precisa ser entendida com clareza. Quando a bondade existe dentro de nós, tudo o que fizermos será bom, nossos relacionamentos serão bons, nossas ações, nossa maneira de pensar. Podemos captar instantaneamente o sentido global dessa palavra."

(J. Krishnamurti, Nossa Luz Interior, Ed. Ágora, p. 16)
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segunda-feira, 18 de setembro de 2017

CORAGEM


"Há uma espécie de coragem, que não é real. De vez em quando, vocês se encontram com um jovem que tem algo do espírito valentão e ele diz: 'Eu posso bater em você'. Bem isso não são palavras corajosas, porque as palavras realmente corajosas têm três qualidades: são amáveis, belas e verdadeiras. Somente quando essas três qualidades estiverem em suas palavras, vocês poderão dizer que possuem a verdadeira coragem. E assim, como vocês são os discípulos do Mestre e desejam ser corajosos tal qual ele é, precisam lembrar novamente das três qualidades necessárias em suas palavras, que devem ser: palavras amáveis, palavras belas e palavras verdadeiras."

(C. Jinarajadasa, Eu Prometo, Ed. Teosófica, p. 44)

domingo, 17 de setembro de 2017

MENSAGENS PARA VIDA


"O Bhagavad-Gita é um dos grandes textos espirituais do mundo no qual podemos buscar orientação para viver uma existência significativa. Através de séculos tem inspirado pensadores, acadêmicos, ativistas sociais e pessoas de todas as esferas da vida. Ele foi traduzido em todas as línguas do planeta e muitos comentários sobre ele foram redigidos ao longo do tempo. É uma obra que pertence tanto ao mundo ocidental como ao oriental. O Gita fala com todos os que enfrentam o dilema essencial da escolha. É parte integrante do grande épico da Índia, o Mahabharata,  que contém dezoito livros. O Gita propriamente dito, com dezoito capítulos ou diálogos, é um segmento do sexto volume desta grande obra. O épico como um todo apresenta um cenário histórico, possui um aspecto tanto arquetípico, ou universal, como um aspecto individual representado por seu protagonista humano Arjuna. Ele é pessoal e transpessoal."

(Joy Mills, Mensagens para a vida - O Bhagavad-Gita, Revista TheoSophia, Publicação da Scoiedade Teosóica no Brasil, jan/fev/março 2017)
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sábado, 16 de setembro de 2017

LIBERDADE

"A Sabedoria Antiga proclama ao homem a preciosa natureza de sua liberdade e mostra que, ao apelar aos seus mais nobres instintos, nós podemos construir uma ordem combinando liberdade com segurança, estabilidade com progresso e criatividade com cooperação.
A liberdade pertence ao Espírito, o determinismo à matéria"

(N. Sri Ram, Pensamentos, Editora Teosófica, pg. 69)

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

IGUALDADE ESPIRITUAL


"Na busca da igualdade de gênero, estamos fazendo um esforço para abarcar toda a humanidade, independentemente de gênero. A questão da igualdade de gênero somente pode ser resolvida com a compreensão da igualdade espiritual. A alma não tem gênero. Externamente parecemos diferentes uns ao outros - tanto como uma onda no oceano pode parecer diferente de outras ondas. Essencialmente todos são um, radicados numa única fonte. As diferenças físicas de nome e forma devem-se ao fato de ignorarmos a verdade. 'Somos átomos, conjuntamente obedecendo à lei. O fato de negarmos essa verdade não a invalida. Simplesmente nos mantém miseráveis, pobres e egoístas', afirmou William Quan Judge.
O ensinamento fundamental da Teosofia é que todos os seres humanos, tendo a mesma origem fundamental e física, são essencialmente uma e a mesma essência, e essa essência é única - infinita, a causa sem causa, que a chamemos de pura consciência, Deus ou a natureza. Portanto, nada pode afetar um ser humano sem afetar todos os outros." 

(Deepa Padhi, Reflexões sobre gênero, Revista Sophia, Nº 68, pg12)
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quinta-feira, 14 de setembro de 2017

SER MÃE NUM MUNDO EM TRANSIÇÃO


"Simone de Beauvoir (1908-1986), grande pensadora francesa, foi quem disse a célebre frase: 'Não se nasce mulher, torna-se mulher'. É de grande valia pensar que não nascemos prontos, que vamos nos moldando conforme nossas vivências com as outras pessoas, com o ambiente em que nascemos, enfim, com nós mesmos.
Diante desse fato podemos perguntar qual o papel da maternidade e da paternidade nos dias atuais, quando as pessoas têm pouco tempo de convivência, diante de longas horas de trabalho, do trânsito, sem falar da febre tecnológica que invade as nossas vidas, com computadores e celulares que tomam a maior parte do nosso precioso tempo. (...)
O amor por um filho é algo sublime, na medida em que é livre de expectativas, por não requerer nada em troca. É como um portal, onde o amor cresce em nossos corações e todos aqueles que nos rodeiam são beneficiados. Estar atento para esse processo é de suma importância, e é na convivência intensa com seres que são pura pulsão existencial que descobrimos esse universo de amor e doação de que o mundo tanto precisa."

(Samira Santana de Almeida, Ser mãe num mundo em transição, Revista Sophia  Nº 67, p. 29)
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quarta-feira, 13 de setembro de 2017

CONTEMPLAÇÃO


"Quando vejo longe um horizonte bonito, cheio de paz e distâncias, tenho ímpetos de correr para lá, sinto o desejo de tocar o céu com a mão. Como sei que quando chegar lá um novo horizonte adiante, fascinante, vai me atrair - e assim jamais eu pararia de perseguir fugidios horizontes aliciantes -, decido ficar onde estou e concentra-me. Aí dou-me conta de que onde estou há um horizonte com o céu ao meu alcance. Para chegar ao céu não é preciso andar doidamente, insatisfeito, perseguindo horizontes a fugir. Contente onde estou e com o que sou, consigo ver que sou o horizonte e aí a Paz me consome."
(Hermógenes, 365 dias com Hermógenes, Ed. Best Seller, p. 309)

terça-feira, 12 de setembro de 2017

MEDITAÇÃO DIÁRIA


"A meditação em nossa vida diária é a transformação da mente, uma revolução psicológica para que possamos viver - não na teoria, como um ideal, mas em cada movimento dessa vida -, na qual existe compaixão, amor e a energia que transcende toda a pequenez, toda a estreiteza e toda a incerteza. Quando a mente está em repouso - em repouso absoluto, aquietada pelo desejo ou pela vontade - então surgirá uma maneira de ser completamente diversa do movimento, que não implica tempo."

(J. Krishnamurti, Nossa Luz Interior, Ed. Ágora, pg. 14)
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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

PLENA ATENÇÃO


"Você prestou total atenção em alguma coisa? Você presta atenção quando alguém está lhe falando? Ou está ouvindo com a mente comparativa que já adquiriu certos conhecimentos e está comparando o que está sendo dito com o que você já sabe? Não estará interpretando o que está sendo dito de acordo com seus prévios conhecimentos, suas próprias inclinações, seus próprios julgamentos? Isto não é atenção, certo? Se prestar total atenção com seu corpo, seus nervos, olhos, ouvidos, sua mente, com todo seu ser, não haverá nenhum centro por meio do qual você estará observando; só a atenção está presente. Esta atenção é o silêncio completo."

(J. Krishnamurti, Nossa Luz Interior, Ed. Ágora, p. 13)
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domingo, 10 de setembro de 2017

CAMINHO PARA A PUREZA

"O princípio da verdade não pode ser captado enquanto a mente estiver poluída com desejos e atividades autocentradas. Só quando estamos livres do desejo a virtude pode penetrar em nosso coração. Então temos uma visão da totalidade, que é a verdadeira religião.
Para que a virtude possa surgir, tudo o que é supérfluo deve ser removido. Assim como o escultor desbasta o mármore para revelar uma forma, devemos desbastar o que foi acrescentado à nossa natureza, até que emoções e pensamentos sejam puros e inocentes. Krishnamurti chamava isso de austeridade; ele dizia que austeridade é 'a simplicidade da mente purgada de todo conflito, que não está presa ao fogo do desejo, mesmo o desejo mais elevado. Sem essa austeridade não pode haver amor'.
A religião da beleza é o caminho para a pureza e a harmonia com tudo. Isso significa virtude e amor. Com uma mente silenciosa e o coração aberto ao grande oceano da vida, com todas as suas belezas, nenhuma outra religião é necessária."

(Radha Burnier - A religião da beleza - Revista Sophia, nº 7 - p. 6)

sábado, 9 de setembro de 2017

A RAIZ DE TODO O MEDO

"O anseio de se tornar causa medo. Ser, alcançar e depender também geram medo. O estado de ausência de medo não é a negação, não é o oposto do medo nem é coragem. Quando se entende a causa do medo, ele cessa. Não se trata de tornar-se corajoso, porque em tudo o que se torna há a semente do medo. A dependência de coisas, de pessoas ou de ideias gera medo. A dependência nasce da ignorância, da ausência de autoconhecimento, da pobreza interior. O medo causa incerteza na mente e no coração, impedindo a comunicação e o entendimento.
Mediante a autoconsciência começamos a descobrir e, assim, a compreender a causa do medo, não apenas a superficial, mas os profundos medos causais e acumulativos. O medo pode ser tanto inato quanto adquirido, está relacionado ao passado, e para libertar dele o pensamento-sentimento, o passado deve ser compreendido por meio do presente. O passado está sempre querendo dar origem ao presente, tornando-se a memória identificadora do 'eu' e do 'meu'. O self é a raiz de todos os medos."


(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 110)
Fonte:chavesparaasabedoria.blogspot.com.br

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

MUDANDO O FOCO DA IRA

"O ressentimento e a ira muitas vezes levam a doenças; por isso, é importante não se deixar contaminar automaticamente por uma pessoa zangada e manter-se atento ao crescimento da própria ira em resposta à ira do outro. Mesmo que esse sentimento surja, pode-se mudar o foco da atenção, visualizar alguém com quem se tem um relacionamento amoroso e deixar que esse amor flua para fora, mesmo que seja durante um curto espaço de tempo.(...)
Muito embora a pessoa possa perceber que está reagindo com raiva, hostilidade e ressentimento, muitas vezes ela resolve não mudar, já que não reagir negativamente à emoção negativa da outra pessoa é interpretado, em nossa cultura, como fraqueza ou submissão. Porém, ao escolher deliberadamente uma resposta positiva, a pessoa desenvolve um método ativo de mudar seu próprio comportamento condicionado.
Perceba os efeitos dos impactos emocionais. Você é capaz de intervir, reduzir as tensões e otimizar seus relacionamentos."

(Dora Kunz e Erik Peper - A ira e seus efeitos - Revista Sophia, nº 39 - p. 37)



quinta-feira, 7 de setembro de 2017

TREINANDO A MENTE


"Os mestres da meditação budista sabem o quão flexível e maleável é a mente. Se a treinamos, tudo é possível. Na verdade, já somos perfeitamente treinados pelo samsara e para ele, treinados para ficar ciumentos, treinados para o apego, treinados para ser ansiosos e tristes e desesperados e ávidos, treinados para reagir com raiva ao que quer que nos provoque. Somos treinados, de fato, até o ponto dessas emoções negativas surgirem de modo espontâneo, sem que tentemos produzi-las. Assim, tudo é uma questão de treino e do poder do hábito. Dedique a mente à confusão e logo veremos - se formos honestos - que ela se tornará uma mestra sinistra na confusão, competente no seu vício, sutil e perversamente dócil em sua escravidão. Dedique a mente na meditação à tarefa de libertá-la da ilusão e veremos que com tempo, paciência, disciplina e o treinamento adequado, ela começará a desembaraçar-se e conhecer sua bem-aventurança e claridade essenciais."

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 87/88) 

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

AÇÕES ALTRUÍSTICAS


"Soube de um grupo de bombeiros que, ao combater um grande incêndio, experimentou um sentimento de grande unidade que eliminou todo o medo de perigo pessoal. Situações assim são frequentes. Numa crise súbita a pessoa pode esquecer de si mesma, deixar de defender sua posição autocentrada e mostrar uma extraordinária coragem. Mas nem sempre é assim. Quando ameaçadas de escassez, elas tendem a comprar provisões em quantidades ridiculamente grandes, porque a mente teve tempo para reagir e ocupar seu centro.(...)
A chave para manifestar as virtudes está na auto-observação e no autoconhecimento. Paradoxalmente, a preparação para deixar o centro pode ocorrer melhor de maneira inconsciente, ou pelo menos natural e espontânea. Todas as virtudes são expressões de uma atitude - e essa atitude nada tem a ver com estar no centro. Para ser virtuosa a pessoa precisa deixar o centro."

(Mary Anderson - Como superar o egocentrismo - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 40) 

terça-feira, 5 de setembro de 2017

OS OITO TIPOS DE SOFRIMENTO

"Juntos, temos oito tipos de sofrimento: nascimento, velhice, doença, morte, encontrar o que não é desejável, não ser capaz de conservar o que é desejável, não conseguir o que se deseja e ansiedade geral. Seja útil ou grosseira, toda dor se enquadra em uma dessas oito categorias. As quatro primeiras - nascimento, velhice, doença e morte - baseiam-se no resultado do karma anterior; portanto, são chamadas de 'sofrimento herdado'. Essas quatro categorias de sofrimento são simplesmente os inconvenientes em que estamos envolvidos por estarmos vivos. Às três seguintes - encontrar o que não é desejável, não ser capaz de manter o que é desejável e não conseguir o que se deseja - nós nos referimos como 'o sofrimento do período entre nascimento e morte'; e, o último, esse é simplesmente chamado de 'ansiedade geral' (...) As sete anteriores eram situações de dor e sofrimento compreensíveis. A oitava não é pior, mas é mais sutil. É a sensação sutil de insatisfação e angústia gerais que persistem o tempo todo."

(Chögyam Trungpa, As 4 Nobres Verdade do Budismo, Ed. Cultrix, p. 40)
www.editoracultrix.com.br

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

PASSOS NA SENDA

"Até o momento em que alcançamos a humanidade, e talvez por muitas vidas depois disso, o progresso é realizado por meio do que H.P.B chama de 'impulso natural'. Isso é evolução propriamente dita, sempre avançando, sem poder, de forma alguma, retroceder. Mas, no momento em que despertamos para nossa responsabilidade individual, a coisa toda se torna um projeto de 'faça você mesmo'. Qualquer que seja o nosso caminho, temos que chegar lá por nossos próprios esforços, não sendo permitido depender de ninguém. 
Embora tenhamos apenas que ponderar sobre isso para reconhecer sua veracidade, ainda temos a percepção de que viajamos na companhia de outros peregrinos em recíproca afeição e benevolência."

(Virginia Hanson, As três proposições fundamentais de A Doutrina Secreta, Publicação da Sociedade Teosófica no Brasil, out/nov/dezembro de 2016, p. 41)
www.sociedadeteosofica.org.br

domingo, 3 de setembro de 2017

A MEMÓRIA

"O que faz do homem um pensador, uma característica que o destaca de todo os outros seres vivos, é sua memória e o uso que é capaz de fazer dela. A vida está sempre contida naquele instante intangível que chamamos de presente, mas a consciência, que é inseparável dela, possui como seu domínio não apenas o que percebe no instante presente, mas a região que já percorreu e inclui em suas memórias, sobre a qual o pensamento se movimenta e constrói os seus edifícios. Sem lembrança do que foi registrado cronologicamente no passado, o homem não pode pensar; assim como sua vida perderia sua coerência, e seus atos no presente, sua relevância. Ele estaria se movimentando como um veleiro ao sabor do vento, que sopra a todo momento daquele movimento, mas incapaz de direcionar o seu curso em qualquer direção. Nesse caso, a própria palavra direção envolve dois pontos, o momento passado que, através do presente, faz sua ligação com o futuro. Quando se fala em evolução existe uma contínua e crescente capacidade de lembrança. Nossa memória é muito mais sutil e inclusa do que a de qualquer animal. Um animal desenvolvido como o elefante pode lembrar-se de determinados eventos por longo tempo. Mas a nossa memória possui uma extensão mais ampla; ela inclui ideias e experiências pertencentes exclusivamente ao estágio humano."

(N. Sri Ram, O significado de cada momento presente, TheoSophia, publicação da Sociedade Teosófica no Brasil, out/nov/dezembro de 2016, pg. 20)
www.sociedadeteosofica.org.br

sábado, 2 de setembro de 2017

O CAMINHO

"O caminho não existe realmente a menos que estejamos disponíveis. É como se fôssemos o operário que trabalha na construção da estrada, o topógrafo e o viajante, tudo ao mesmo tempo. À medida que progredimos ao longo da estrada, ela vai sendo construída, o levantamento topográfico e a locação vão sendo feitos e nós nos tornamos viajantes."

(Chögyam Trungpa, , As 4 Nobres Verdades do Budismo. Ed. Cultrix, pg.133)
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sexta-feira, 1 de setembro de 2017

EDUCAÇÃO


"O conceito de educação está geralmente limitado à ideia de crianças, escolas, faculdades e lugares onde os jovens são ensinados por professores mais velhos. Considera-se também, em primeiro lugar, o aprendizado de uma profissão, o sobreviver, um treinamento para a vida num sentido puramente materialista.
Mas a educação num sentido mais amplo não está confinada à juventude e a estabelecimentos educacionais propriamente ditos, ou ao treinamento para a sobrevivência, pois a vida é muito mais que a sobrevivência puramente material; a educação pode acompanhar a vida da pessoa enquanto ela estiver aberta ao aprendizado. E qualquer um pode funcionar como professor e aluno."

(Mary Anderson, Educação e autodescoberta, Revista Sophia, Nº 67, pg. 27)
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