terça-feira, 31 de janeiro de 2017

SOMENTE A FORMA MUDA


"(...) Nada consegue ferir-nos. Nada consegue assombrar-nos logo que compreendermos que o que muda é apenas a forma - a forma é que é passageira e temporária - e que somente a vida perdura. 'O espírito [poderíamos dizer 'a vida'] jamais nasceu; o espirito jamais deixará de ser'. Dito filosoficamente, o lótus individual estiola-se, mas um arquétipo, a ideia platônica do lótus é eterna, dando origem a outras formas de lótus. Dito de maneira teosófica, o lótus estiola-se, mas o perfume de sua vida retorna à alma-grupo para enriquecer as formas das gerações futuras de lótus. O corpo de nossa mãe, de nosso marido, de nossa esposa, de nosso filho, de nosso amigo morre, mas ele ou ela permanece como um ser vivo, assumindo outras formas, tal como a borboleta deixa pra trás a forma morta da lagarta que era. 'Morri como mineral e me tornei vegetal; morri como vegetal e me tornei animal; morri como animal e me tornei um homem. Quando fui diminuído por isso?'”

(Mary Anderson - Transformação - TheoSophia - Outubro/Novembro/Dezembro de 2009 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 31/32)

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

PORQUE E COMO JESUS SOFREU



"Apesar de ter Jesus sofrido voluntariamente tudo o que sofreu para entrar na sua glória, contudo o modo como ele soube sofrer é um modelo para todos os sofredores. Não sofre com covardia, como os fracos, nem com jactância, como certos heróis, ou pseudo-heróis da humanidade, que desafiam os martírios e a morte. No Getsêmani, o seu Jesus humano pede ao Cristo divino que, se possível, faça passar aquele cálice amargo - mas logo se entrega totalmente, à vontade superior do seu Cristo divino. No Gólgota, por um momento, o seu ego humano clama em altas vozes: 'Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?' - mas logo o seu Eu crítico se resigna e murmura serenamente: 'Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito'.
Ele sofre como o mais humano dos homens, porque era integralmente humano no seu Jesus, e integralmente divino no seu Cristo. (...)
Ser tentado a revoltar-se contra o sofrimento é humano - deixar-se derrotar pelo sofrimento é deplorável.
Toda a serenidade no sofrimento depende, em última análise, da visão da nossa existência total, cuja falta dificulta e mesmo impossibilita a compreensão da tarefa evolutiva do sofrimento."

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 47)

domingo, 29 de janeiro de 2017

TRANSFORMAÇÃO


“Transformação é evolução. O próprio viver é uma transformação contínua e estamos em meio a ela - somos parte dela e somos um com ela. Transformar-se em quê? Na verdade não podemos saber atualmente. Seria fútil inquirir. Não podemos conhecer o futuro, pois nós mesmos seremos diferentes; estaremos transformados quando encontrá-lo. De qualquer maneira não existe causa para temor do desconhecido. É simplesmente uma experiência - transformação interior e exterior. Nossa senda pode levar-nos a uma prontidão - mesmo à necessidade - de renunciar não apenas às formas que amamos, mas até mesmo àquilo que sentimos ser nossa própria vida ou eu. Sri Ram diz-nos: 'a verdadeira grandeza [do homem] jaz em nada ser, em se erradicar por meio de sua boa obra disseminada em toda parte'. Poderíamos ver isso como uma transformação última, porém eterna."

(Mary Anderson - Transformação - TheoSophia - Outubro/Novembro/Dezembro de 2009 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 33/34)

sábado, 28 de janeiro de 2017

CONSAGRAÇÃO







"Quando um tormento o alcançar, não se desespere nem se revolte.
Uma criança a quem o pai nega um sorvete, por querer evitar uma piora em sua bronquite, sente a negação como uma injustiça, uma frustração, e até falta de amor por parte do pai.
Em seu curto entendimento, é assim que pensa.
Nós também, em nossas dores, nos tornamos cegos para entender os planos de Deus.
Num quadro de sofrimento, convém lembrar o que disse São Paulo: '... todas as coisas contribuem conjuntamente para o bem daqueles que amam a Deus'.
Consagre-se a Deus!

Faça-se, Senhor, Tua Santa Vontade. Não a minha."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era - Rio de Janeiro, 1995 - p. 86)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

CORAGEM E VONTADE


"Este é o caminho do eu amadurecido, não da alma infantil. Algumas pessoas pensam que um Adepto toma um aspirante pela mão e o ensina a desenvolver poderes sobrenaturais e também o protege de desastres e perturbações, evitando que ele cometa erros. Mas a verdade é exatamente o contrário. O que o Mestre chama 'os poderes deíficos no homem e as possibilidades contidas na Natureza.' (C.M.) nunca são dados ou comunicados do exterior. São sempre resultado do esforço e do progresso próprios do homem. E devem ser obtidos por ele mesmo. 'A regra inflexível é que sejam quais forem os poderes que alguém obtenha, ele deve adquirir por si mesmo.' (C.M.) Nem pode o Mestre interferir, por menos que seja, no carma pessoal de seu discípulo, 'os Sábios não se atrevem a impedir o fruto do carma.' (V.S.)”


(Clara Codd - As Escolas de Mistérios - Ed. Teosófica, Brasília, 1999 - p. 155/156)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

POR QUE AS EXPERIÊNCIAS SENSÓRIAS SÃO SEDUTORAS


"Tentações são sedutoras; não há dúvida sobre isso. Todas as nossas faculdades sensórias estão dirigidas para o mundo exterior. Existe uma corrente de energia vital fluindo através dos nervos, que vai do cérebro aos olhos, ouvidos, nariz, língua e pele. As sensações que experimentamos por meio desses instrumentos resultam da corrente que flui para o exterior, e tendemos a gostar disso. Este é o apelo dos sentidos. Abusar deles é perigoso; enquanto o homem não se estabelecer na sabedoria, a energia que flui para fora o fará ser escravo dos sentidos."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 191)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

ESFORÇO


"(...) Para compreendermos o 'estado de ser' em que não há luta, o estado de existência criadora, é claro que temos de investigar integralmente o problema do esforço. Por esforço entendemos a luta para nos preenchermos, para nos tornarmos alguma coisa, não é isso ? Sou isto e quero tornar-me aquilo; não sou tal coisa e devo tornar-me tal coisa. No vir a ser tal coisa há emulação, batalha, conflito, luta. Nesta luta, estamos necessariamente interessados no preenchimento pela consecução de um fim; buscamos preenchimento pessoal num objetivo, numa pessoa, numa ideia, o que exige uma batalha, uma luta constante, um constante esforço para 'vir a ser', realizar. Nessas condições, aceitamos o esforço como inevitável; e eu tenho minhas dúvidas sobre se ele é inevitável, se é inevitável essa luta para 'vir a ser' alguma coisa. Por que há essa luta? Onde há o desejo de preenchimento, em qualquer grau e em qualquer nível que seja, tem de haver luta. O preenchimento é o motor, a mola impulsora do esforço; quer se trate do chefe todo-poderoso, da simples dona de casa, ou do mendigo, há em todos esta batalha para 'vir a ser', realizar.”

(Krishnamurti - A Primeira e Última Liberdade - Ed. Cultrix, São Paulo - p. 60/62)

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

ALTRUSÍMO


"Um grupo de estudantes das Doutrinas Esotéricas, que pretenda colher, espiritualmente, quaisquer proveitos, deve manter-se em perfeita harmonia e unidade de pensamento. Cada qual individual e coletivamente, tem que ser integralmente altruísta; gentil, e cheio de boa vontade pelo menos em relação a cada um dos outros - sem falar na questão da humanidade; não deve existir entre os do grupo espírito de partidarismo, murmurações, má vontade, inveja, despeito, vaidade e cólera. O que fere a um deve ferir os outros - o que regozija a A deve encher de prazer a B (...) tal o estado em absoluto exigido por nossas Regras e Leis."

 (Mestre Morya - Meditações - Excertos de Cartas dos Mestres de Sabedoria - Ed. Teosófica)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

CURSO DE INTRODUÇÃO AO CONHECIMENTO TEOSÓFICO

A JUSTIÇA E A COMPAIXÃO DA LEI KÁRMICA


"A Lei é Justa, porque dá a cada um precisamente o que é devido ao bem e ao mal. Ninguém sofre mais do que o que mereceu. Ninguém gozará recompensas que não te­nha conquistado e ninguém será exaltado a expensas de outrem. A Lei é Justa, porque é a Lei, ou o Método de Deus. Temos tendência para confundir nossa arbitrária noção de justiça com a Justiça que é de Deus. Nossa jus­tiça está, invariavelmente, mesclada a outras qualidades, consciente ou inconscientemente; daí que 'Seus cami­nhos não são os nossos caminhos, nem Seus pensamentos são os nossos pensamentos'. Ainda não. Quando nossa maneira de ser e nossos pensamentos forem os Seus, tere­mos alcançado a Meta, tornando-nos unos com Ele — 'perfeitos como nosso Pai Celeste é perfeito' — que é o Grande Todo-Eu em cada coração. Pensamos que estamos sofrendo injustamente, e achamos que, não fosse por esta ou aquela ação de determinada pessoa, poderíamos ter evitado esse sofrimento. Realmente! Que conhecimen­to temos nós de todos os trabalhos ocultos da Lei? Pen­samos que um bom Deus castiga pelo que não foi come­tido? Podeis estar certos de que o braço que nos golpeia é o nosso próprio braço, levantado contra nós mesmos; é o resultado de alguma coisa que fizemos no passado. A escuridão que nos envolve é uma neblina que nós mes­mos criamos.”

(Irmão Atisha - A Doutrina do Karma - Editora Pensamento, São Paulo - p. 26)