domingo, 19 de novembro de 2017

SOBRE A CONFUSÃO DA MENTE


"Se nunca conhecemos o amor, mas só lutas, misérias, conflitos infindáveis, como podemos experimentar aquele amor que nada tem em comum com essas coisas? Uma vez conhecido o amor, já não precisamos ter o trabalho de procurar aquela relação. Então, o amor, a inteligência, entram em ação. Mas, para se experimentar esse estado têm de extinguir-se todo o saber, todas as lembranças acumuladas, todas as atividades egocêntricas, para que a mente não seja mais capaz de projetar sensações. Então, com a experiência desse estado, haverá ação neste mundo.
Sem dúvida, esta é a finalidade da existência — transcender a atividade egocêntrica da mente. Depois de experimentar esse estado que não é mensurável pela mente, então essa própria experiência efetuará uma revolução interior. Então, havendo amor, não haverá mais problema social. Não há mais problemas, quando há amor. Porque não sabemos amar, temos os problemas sociais e sistemas filosóficos para resolvê-los. Digo que esses problemas nunca serão resolvidos por sistema algum, nem da esquerda, nem da direita, nem do centro. Só serão resolvidos — nossa confusão, nosso sofrimento, nossa autodestruição — quando pudermos experimentar aquele estado que não é projetado de nós mesmos."

(J. Krishnamurti, A Primeira e Última Liberdade, Cultrix, pg. 232)

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