sábado, 30 de setembro de 2017

NOSSA LUZ INTERIOR


"Podemos falar indefinidamente, empilhar palavras sobre palavras, chegar a diversas conclusões, mas em toda essa confusão verbal, se houver uma ação clara, equivalerá a dez mil palavras. Muitos de nós temos medo de agir, porque estamos confusos, perturbados, mal-humorados e infelizes. Apesar de toda essa confusão e dessa desordem, esperamos que alguma luz venha nos iluminar, uma luz que não venha de fora, que jamais seja enevoada, que não nos foi dada nem induzida, ou que nos possa ser retirada; uma luz que se mantém por si só, sem nenhum esforço de nossa vontade, sem nenhuma razão, uma luz que não tem fim e, portanto, não tem começo. 
Muitos de nós se estivermos conscientes de nossa confusão interior, desejaremos essa luz. Vamos ver se conseguimos descobri-la para que nossa mente e nosso coração se tornem  iluminados, serenos, sem problemas nem medos. Seria muito valioso se pudéssemos ser nossa própria luz, uma luz que não dependesse de nada e que fosse completamente livre. (...)"

(J. Krishnamurti, Nossa Luz Interior, Ed. Ágora, p. 20)
(www.editoraagora.com.br)

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

EFEITOS DA KUNDALINI


"A kundalini em si não é nem quente nem fria. O calor é experimentado no corpo através do aumento da atividade molecular que ela causa. A Kundalini é simplesmente uma energia que flui, de caráter elétrico. Como a eletricidade, ela é em si neutra com relação à temperatura, e somente produz calor em condições que oferecem resistência ao seu fluxo. Quando os nadis estão parcial ou totalmente fechados por substâncias etérica ou física, o despertar e a subida da kundalini podem produzir sensações de calor e até mesmo queimação à medida que a resistência é superada. O calor ocorre nas substâncias corpóreas, e não na kundalini, apesar de seu título de Fogo Serpentino: a palavra 'fogo' é simbólica e não uma realidade. Ela pode na verdade produzir um resfriamento ao superar as congestões no duplo etérico do corpo, especialmente na cabeça."

(Geoffrey Hodson, A Suprema Realização através do Ioga, Ed. Teosófica, p. 71)
www.editorateosofica.org,br

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

TREINANDO A MENTE A FICAR CALMA



"O treinamento que recebi de meu mestre, Sri Yukteswar, foi maravilhoso nesse sentido. Acontecesse o que acontecesse, ele não aceitava desculpas quando eu ficava mentalmente agitado. Eu costumava ir ao ashram e sentar-me a seus pés, para meditar e ouvir sua sabedoria. Quando chegava perto da hora do trem que me levaria de volta para casa, ele percebia meu desassossego e apenas sorria, sem me dar licença de partir. No começo, eu não achava aquilo razoável. Mas, depois de um período um tanto quanto tenso dessa disciplina, ele explicou: 'Não vejo com má vontade o fato de você aprontar-se a tempo para ir para a estação; mas digo que não há necessidade de ficar inquieto. Por que permitir que a agitação nervosa perturbe sua mente? Quando estiver comigo, esteja naturalmente calmo, e quando a hora do trem chegar, prepare-se calmamente para sair.' Ele me fez perder vários trens até que eu aprendesse a ser calmamente ativo e ativamente calmo."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 29/30)

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

PERCEPÇÃO DA UNIDADE


"Ao examinar nossas virtudes, devemos atentar para todas elas, porque nenhuma pode florescer à custa das demais. Se isso ocorrer será um exagero que pode se tornar um vício. A virtude está na moderação.
A chave para manifestar as virtudes está na auto-observação e no autoconhecimento. Paradoxalmente, a preparação para deixar o centro pode ocorrer melhor de maneira inconsciente, ou pelo menos natural e espontânea. Todas as virtudes são expressões de uma atitude - e essa atitude nada tem a ver com estar no centro. Para ser virtuosa a pessoa precisa deixar o centro. (...)
Se vemos um animal ser maltratado e sentimos raiva, essa raiva é uma expressão de separatividade tão ruim quanto a crueldade do malfeitor. Isso não quer dizer que não devemos interferir, mas que devemos interferir sem violência. Uma vez perguntaram a Krishnamurti o que ele faria se um amigo fosse atacado na sua frente. Ele disse que sempre viveu sem violência e que agiria como sempre vivera.
Como sair do centro? Será possível abrir mão dessa posição? Isso é possível numa crise súbita, quando a separatividade, o medo e as comparações simplesmente se afastam. 
Com a percepção da unidade a personalidade pode ser um instrumento para o superior, não simplesmente para si própria. Devemos viver e agir como somos - mas isso não quer dizer que não precisamos tentar melhorar. A questão é se aprofundar na concepção da unidade sem se imaginar melhor do que se é - sem pensar no eu. Talvez então tenhamos um insight sobre o que significa a iluminação.(...)"

(Mary Anderson - Como superar o egocentrismo - Revista Sophia, nº 39 - p. 40/41)
www.revistasophia.com.br

terça-feira, 26 de setembro de 2017

SILÊNCIO E CALMA


"O silêncio ajuda, mas você não precisa dele  para encontrar a calma. Mesmo se houver barulho por perto, você pode perceber a calma por baixo do ruído, do espaço em que surge o ruído. Esse é o espaço interior da percepção pura, da própria consciência.
Você pode se dar conta dessa percepção como um pano de fundo para tudo o que seus sentidos apreenderem, para todos os seus pensamentos. Dar-se conta da percepção é o início da calma interior.
Qualquer barulho perturbador pode ser tão útil quanto o silêncio. De que forma? Abolindo a sua resistência interior ao barulho, deixando-o ser como é. Essa aceitação também leva você ao reino da paz interior que é a calma. (...)
Preste atenção nos intervalos - o intervalo entre dois pensamentos, o curto e silencioso espaço entre as palavras e frases numa conversa, entre as notas de um piano ou de uma flauta ou o intervalo entre a inspiração e a expiração
Quando você presta atenção nesses intervalos, a percepção de 'alguma coisa' se torna apenas percepção. Dentro de você surge a pura consciência desprovida de qualquer forma. Você deixa então de identificar-se com a forma."

(Eckhart Tolle,  O Poder do Silêncio, Ed. Sextante, p.15)

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

FELICIDADE : O MAIS PROFUNDO SEGREDO DO UNIVERSO


"Como a verdadeira natureza da vida, a felicidade pode ser tocada e experimentada por qualquer pessoa, em quaisquer circunstâncias. Pode estar próxima da superfície em algumas pessoas e alguns lugares, e profundamente enterrada em outras. Mas se a felicidade é a verdadeira substância do universo, não pode existir em nenhum lugar, por mais terrível que seja, onde seu último lampejo tenha se extinguido irremediavelmente.
A felicidade é a realidade mais básica do universo e de nós mesmos como partes dele: buscar esta felicidade acima de qualquer coisa não é uma procura egoísta. Viver para o prazer sensual e a felicidade comum pode sim ser egoísta, se não considerar os outros, mas a felicidade do universo opera por meio de leis muito diferentes. Quanto mais desta felicidade você experimentar, tanto mais outros também a terão, pois é inevitavelmente compartilhada. Quanto mais felicidade você proporcionar, tanto mais sensibilidade você terá aos bloqueios de felicidade nos outros, sendo ainda mais atraído pelo amor para ajudá-los a encontrar felicidade. A alegria comum quer receber a felicidade quer dar."

(Robert Ellwood, Felicidade: o mais profundo segredo do Universo, Revista TheoSophia, Publicação da Sociedade Teosófica no Brasil, jul/ago/st 2016, p. 29)
www.sociedadeteosofica.org.br
 

domingo, 24 de setembro de 2017

COMO ABORDAR DIVINO


"Em A Chave da Teosofia, HPB  fala sobre a prece. Primeiro ela discute as inadequações de uma abordagem que coloca diante de um ser divino um desejo egoísta com a expectativa de ser realizado, quer seja merecido ou não, quer esteja dentro das leis da natureza ou não. Ela diz que essa abordagem é oposta a verdadeira oração. Como teósofos acreditamos nas preces, mas ela as descreveu como 'orações de vontade'. A prece de uma vontade não dirigida a uma pessoa elevada, mas ao 'Pai Celestial'. Ela fazia distinção entre a crença reinante da figura divina do Pai nas nuvens, que dá coisas àqueles que dizem as palavras certas, do Pai do Céu, que é a nossa própria natureza espiritual mais profunda: Atma-Buddhi-Manas. HPB entendia que a oração genuína era dirigida a este Pai Celestial, que é um princípio, pois é universal."

(Tim Boyd, como abordar o Divino , Revista TheoSophia, Publicação da Sociedade Teosófica no Brasil, abr,maio,junho 2017, p. 9)
www.sociedadeteosofica.org.br

sábado, 23 de setembro de 2017

INTROSPECÇÃO


"Vejamos primeiro o que se entende por introspecção. Por introspecção entende-se: olhar para dentro de si mesmo, examinar a si mesmo. Por que examino a mim mesmo? Com o fim de me aperfeiçoar, alterar, modificar. Faço a introspecção com o fim de me tornar alguma coisa, do contrário não a faria. Não examinaríeis a vós mesmos, se não houvesse o desejo de vos modificardes, vos alterardes, vos tornardes uma coisa diferente do que sois. Esta é a razão evidente da introspecção. Sinto cólera, e recorro à introspecção, ao exame de mim mesmo, com o desejo de me livrar da cólera ou de modificá-la ou alterá-la. Onde há introspecção, que representa o desejo de alterar as reações do "eu”, há sempre um fim em vista; quando esse fim não é alcançado, há indisposição, depressão. Por conseguinte, a introspecção está invariavelmente ligada à depressão. Não sei se já notastes que quando fazeis introspecção, quando olhais para dentro de vós mesmos, com o fim de vos modificardes, vem sempre uma onda de depressão. Há sempre uma onda de indisposição, que sois obrigado a combater; tendes de examinar-vos de novo, a fim de vencer aquela indisposição, etc. A introspecção é um processo em que não há libertação, porque é um processo de transformar o que é em algo que não é. É óbvio que acontece exatamente isto quando praticamos a introspecção, quando nos entregamos a essa peculiar atividade. Nessa atividade, há sempre um processo acumulativo; o 'eu' está examinando uma coisa com o fim de modificá-la, e por isso há sempre um conflito dualista e, por conseguinte, um processo de frustração. Nunca há libertação e, manifestando-se a frustração, sobrevêm a depressão."

(Krishnamurti, A Primeira e a Última Liberdade, Ed. Cultrix, p.146)
www.cultrix.com.br


sexta-feira, 22 de setembro de 2017

COMO SEGUIR O CAMINHO


"Todos nós temos carma para encontrar algum caminho espiritual, e eu gostaria de encorajar você, do fundo do meu coração, a seguir com total sinceridade o caminho que mais o inspirar.
Leia os grandes livros sobre espiritualidade de todas as tradições, chegue a algum entendimento sobre o que os mestres querem dizer com libertação e iluminação e descubra qual é a abordagem da realidade absoluta que mais o atrai, que é mais adequada a você. Desenvolva a sua busca com todo o discernimento de que for capaz;o caminho espiritual exige mais inteligência, mais sóbrio entendimento, mais poder sutil de discriminação do que qualquer outra disciplina, porque a mais alta verdade está em jogo. Use o seu bom senso a todo instante. Venha para o caminho de maneira bem-humorada, o mais consciente possível da bagagem que traz com você: suas carências,fantasias, fracassos,e projeções. Combine, com elevada consciência de que sua verdadeira natureza pode ser, humilde realista ;e sensata com a clara avaliação de onde você está na sua jornada espiritual e o que ainda resta a ser entendido e realizado."

(Sogyal Rinpoche, O Livro Tibetano do Viver e do Morrer, Ed. Palas Athena, p.187)
www.palasathena.com.br