domingo, 11 de junho de 2017

A PLENITUDE DA SIMPLICIDADE



"Disseram-me um dia, Senhor, que tu existias antes que ser algum existisse. E eu pensei com terror nessa tua eterna solidão – e quase tive pena de ti. Não sabia eu, nesse tempo, que o teu eterno existir não era uma eterna
solidão, um vácuo imenso, um deserto  metafísico – mas sim, uma eterna epopeia de luzes e cores, um drama de intensa atividade, um universo de exuberante beleza.
Dentro do teu divino poder fulgia um sol imenso de saber e cantava um paraíso
de querer – e onde há poder, saber e querer, existe a plenitude da felicidade.
Todas as energias do poder que, em pequeninas parcelas, andam esparsas
pelo vasto panorama do cosmos – residem, centralizadas, em ti, ó Pai eterno.
Todas as luzes do saber que, com flamas celestes, iluminam inteligências angélicas e humanas – estuam no teu seio, ó Filho eterno. Todos os incêndios do querer que, em vivas labaredas, ardem em milhares de
corações amantes – lavram com ilimitada potência, em tuas profundezas, ó
eterno Espírito Santo. A eterna Divindade era um eterno intercâmbio de potência e amor.
Para a nossa acanhada concepção humana, parece a multiplicidade excluir a
unidade – mas, no seio da Divindade, atinge a pluralidade o mais alto zênite da
unicidade. (...)
Tu, porém, meu Deus, podes aventurar-te aos mais longínquos horizontes da
aparente dispersão sem perder a mais perfeita centralização – tão grande é o
poder da tua unidade...

Ó mistério da incompreensível Divindade!"


(Huberto Rohden, De alma para Alma, http://universalismoesoterico.blogspot.com.br/)

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